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Valmir: Tentam criminalizar a greve dos professores e empurrar os problemas para debaixo do tapete

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Professores seguem com greve em Salvador e prefeitura tenta criminalizar manifestação | FOTO: Divulgação |

Falta de valorização dos profissionais, alimentação escolar de baixa qualidade, não cumprimento de demandas como a universalização da reserva de jornada, além da falta de diálogo e a tentativa de criminalizar o movimento grevista. Esses são alguns dos assuntos pautados pelos professores municipais de Salvador, que estão em greve há uma semana. Nesta quarta-feira (9), o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) disse a situação na capital baiana é insustentável e já ameaça o ano letivo de 2016. “Tentam criminalizar a greve dos professores e empurrar os problemas para debaixo do tapete. É assim que a gestão carlista sempre fez. Antigamente era debaixo do chicote e hoje é na pressão usando meios de comunicação ligados à família Magalhães, com mentiras, para criar um clima onde os professores sejam considerados culpados, quando, na verdade, é a prefeitura que deixa de cumprir suas obrigações”, dispara o petista.

Nesta quarta (9), no Iguatemi, um conjunto de coletivos de diferentes frentes iniciou atos da greve com a participação popular e de professores em pontos da cidade. Na quinta, os manifestantes vão até a Secretaria Municipal de Educação para seguir o cronograma de protestos. Para a professora de Salvador e educadora do Projeto Popular, Daiane Marques, há a intenção de criminalizar o movimento. “A greve é legal, é um direito do trabalhador. Todos os direitos que o povo hoje tem foram pautas de greves e de lutas e o governo municipal vem tentando criminalizar o movimento. A mídia não tem sido democrática, a televisão é do governo municipal e, por isso, só passa o que querem, o que é interessante para a campanha do prefeito neste ano eleitoral”, frisa Marques.

Confira imagens da manifestação desta quarta, em Salvador:

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O ano letivo precisa ter 200 dias de aulas para ser considerado válido, e esse cumprimento deve ser garantido pela prefeitura e não pelos professores. “Precisamos passar essa informação para a população, para que não seja enganada pelos interlocutores carlistas. E para não ter atrasos no ano letivo, o prefeito de Salvador deve contratar professores”, sugere Assunção. Conforme o deputado, os grevistas se sentem pressionados. “Dizem que os professores são intransigentes, e que uma das pautas já foi atendida, o que não é verdade. Trata-se da universalização da reserva de jornada e os educadores dizem que a reserva de jornada não está garantida para muitos deles. Na verdade, a prefeitura fez um cálculo e transformou o ser humano professor em banco de horas”, completa.

A professora Daiane Marques reforça a questão e diz que a prefeitura segue na contramão. “Temos pautas que são tão importantes quanto a universalização da reserva de jornada e que não estão sendo mostradas na TV e em outros meios. Como a reabertura das matrículas para jovens e adultos durante o ano inteiro; política de permanência para jovens e adultos; transporte; melhoria da qualidade da merenda, que inclusive o prefeito faz publicidade que é uma merenda maravilhosa, a melhor do Brasil, e isso não é verdade”. Ainda entre as demandas, estão a formação de todo tipo para professores, inclusive para atender alunos com deficiências mental e física, além de climatização da sala de aula e diminuição do número de alunos por sala.

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