A estudante do curso técnico subsequente de meio ambiente do Campus Seabra do Instituto Federal da Bahia (Ifba), Nágila Lima, foi escolhida para integrar o Parlamento Nacional da Juventude pela Água (PNJA). O projeto que pretende engajar jovens brasileiros na gestão de recursos hídricos e vai levar os selecionados para o VIII Fórum Mundial da Água, em Brasília, em 2018. Em cada estado e no Distrito Federal foram eleitos até dois jovens, com idade entre 18 e 27 anos. A seleção ocorreu em três etapas: registro e cotação online, e, por último, um grupo de eleitores engajados na causa previamente selecionados escolheram entre os dois mais votados na internet. Na primeira fase, além do currículo, preenchido no formulário eletrônico, foi necessário fazer vídeo defendendo a escolha como um Jovem Parlamentar pela Água.
Natural de Palmeiras, município que sedia o Parque Nacional da Chapada Diamantina, Nágila se envolveu com as questões sociais desde cedo. No Ifba, atuou no projeto Gaia, coordenado pelos docentes Lúcio Veimrober (agrônomo) e Henrique de Andrade (geógrafo), com trabalhos desenvolvidos nas áreas de agroecologia e recursos hídricos em escolas agrícolas de assentamentos rurais do sul do Parque Nacional, como o Baixão, em Itaetê.
Ela também foi uma das idealizadoras do Grupo de Estudos e Práticas Ambientais (Gepa), que desenvolve ações de pesquisa e extensão com foco na temática ambiental e no desenvolvimento sustentável da sociedade. Enquanto Jovem Parlamentar pela Água, Nágila terá muitos desafios pela frente. “Pretendo criar uma rede na internet para agregar a maior quantidade de jovens possível, bem como realizar ações nas escolas e espaços públicos da região. Nesta segunda e terça-feira, 21 e 22, por exemplo, em virtude do Dia Mundial da Água, faremos roda de conversa em Ibicoara, Lençóis, Palmeiras e Seabra, seguida do plantio de árvores e da coleta de resíduos ”, explica.
As atividades serão desenvolvidas em parceria com as Secretarias de Meio Ambiente, o Grupo Ambiental de Palmeiras (GAP), do qual Nágila é colaboradora, e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão gestor do Parque, no qual a jovem está estagiando no momento, na área de arqueologia. “Tive a oportunidade de participar de uma formação extensa, durante três anos, voltada para arqueologia com ênfase em arte rupestre, com o grande estudioso e arqueólogo Carlos Etchevane. O projeto foi uma iniciativa da Universidade Federal da Bahia (Ufba), em parceria com o Instituto do Patrimônio Artístico Cultural da Bahia (Ipac) e a Prefeitura de Palmeiras”, comenta.
De acordo com o professor Lúcio Veimrober, que apresentou a proposta do Parlamento para os membros do Gepa, os jovens parlamentares pela água devem ser facilitadores na criação de parcerias para o desenvolvimento e condução de atividades no âmbito local, regional e nacional, além de atuarem na formação de novas lideranças e em processos de mobilização social e educação científica e ambiental pelas águas.
“É um cargo de ação política, que requer conhecimentos técnicos básicos. Para a região da Chapada Diamantina, rica em recursos hídricos, com nascentes de dois dos principais rios baianos, Paraguaçu e Rio de Contas, é importantíssima esta representação”, sinaliza Lúcio. As informações são da GeCom do Ifba de Seabra.