O procurador da República, Carlos Fernando dos Santos Lima, que participa da força-tarefa da operação Lava Jato, afirmou que os governos Lula e Dilma foram os únicos que não impediram as investigações e disse esperar que a operação siga com independência para atuar. “Aqui temos um ponto positivo que os governos do PT têm a seu favor. Boa parte da independência do Ministério Público e da Polícia Federal decorre de uma não intervenção do poder político, fato que tem que ser reconhecido. Os governos anteriores realmente mantinham o controle”, revelou o procurador.
Numa palestra proferida na última sexta-feira (1º) em São Paulo, o procurador afirmou que o PT, nos quatro mandatos na Presidência fortaleceu e deu autonomia à Polícia Federal e ao Ministério Público (MP). “É um fato que tem que ser reconhecido, porque os governos anteriores realmente mantinham controle das instituições. Nós esperamos que isso esteja superado”, afirmou Carlos Fernando. O Instituto Fernando Henrique Cardoso ainda não comentou as declarações do procurador.
Outro procurador da força-¬tarefa, Paulo Roberto Galvão, afirmou dias antes em um seminário na capital paulista que a intenção do MP é dar continuidade às investigações independentemente de quem estiver no poder. “A intenção da força¬-tarefa é continuar as investigações, independentemente e de forma absolutamente autônoma do que ocorre no mundo político”, afirmou o procurador.
Os investigadores também lembram que cabe ao MPF a investigação de crimes envolvendo o governo federal e que o PT está há treze anos no poder, praticamente impossibilitando a punição de crimes cometidos antes disso, pois, eles já podem estar prescritos.
“Em relação aos fatos ocorridos nos governos anteriores (aos do PT), para condenar alguém tem que ter uma pena por um crime maior do que oito anos”, explicou Galvão, lembrando que, pela lei brasileira, o prazo para a prescrição dos crimes depende do tamanho da pena e que nem na Lava Jato os réus foram condenados a oito anos de prisão por um único crime (as condenações na operação, quase sempre, envolvem mais de um crime, aumentando assim o tempo total da pena). Com informações da Agência Estado e Pragmatismo Politico.