O parecer favorável à abertura do processo de impedimento contra a presidente da República Dilma Rousseff, apresentado nesta quarta-feira (6) pelo relator Jovair Arantes (PTB-GO), na comissão especial da Câmara Federal, já era esperado pelos parlamentares da base do governo. Nesta quinta-feira (7), o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) disse que “o golpe que está sendo construído perpassa pelo parecer de Arantes – parte dessa orquestra e aliada principal do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ)”. Assunção ainda frisou que a soberania popular do voto vai ser respeitada. “Que Jovair relataria de forma a afirmar um golpe não é bem uma novidade. Ele mesmo declarou que a defesa feita pelo ministro Eduardo Cardozo pouco lhe importou. Isso demonstra que temos um relatório extremamente frágil, sem argumentos e que expõe a falta de crimes de forma escancarada e o desrespeito à democracia”.
Ainda conforme Valmir, se o impeachment está sendo discutido é justamente uma retaliação de Eduardo Cunha contra o PT. Ele afirmou que no dia 17 de abril, previsão da votação do processo no plenário da Câmara, essa questão política será superada. “O importante é que vamos ganhar aqui, no plenário. Vamos derrotar o relatório, porque achamos que é fundamental mantermos as regras estabelecidas pela política. A presidente Dilma teve 54 milhões de votos, é legitimamente eleita e tem mandato até 2018. Não podemos rasgar a Constituição”, frisa. Para o petista, com a vitória “o Brasil voltará à normalidade, que é Dilma continuar governando o país, gerando empregos, trabalho, desenvolvimento, e a oposição vai continuar cumprindo o seu papel”.
O deputado critica ainda a falta de fundamento do texto apresentado pelo relator da comissão especial. Valmir lembra que as alegações são inconsistentes. “Insistem nessa questão das pedaladas referentes a seis decretos e ao Plano Safra. O Plano Safra, deu subvenções para a agricultura brasileira ser forte neste país, tanto a patronal quanto a pequena agricultura, e a agricultura familiar. Em relação aos seis decretos, o que está por trás da questão é que um conjunto de deputados está achando que foi usurpado o direito do Congresso Nacional ou dos parlamentares. Este é o debate que estamos travando nesta Casa”.