O Serviço de Inteligência do Supremo Tribunal Federal (STF) identificou, durante uma varredura de rotina realizada há cerca de duas semanas, um equipamento de escuta ambiental no gabinete do ministro Luís Roberto Barroso, localizado no quarto andar do anexo dois do prédio da Corte. De acordo com o gabinete do ministro, o equipamento estava desativado. O gabinete informou ainda que será aberta uma investigação para identificar os responsáveis pelo grampo. Entretanto, a Secretária de Comunicação Social do STF informou que não serão tomadas medidas para apurar o caso. O ministro Luís Roberto Barroso reagiu com bom humor ao saber do grampo, afirmando que, se tinha alguém escutando o que se passa no gabinete, terá verificado um ambiente de muito trabalho e de bom humor.
Em outro momento, o ministro Luís Roberto Barroso considerou como “gravíssimo” e uma “desfaçatez” a instalação de um aparelho de grampo. Segundo o ministro, do ponto de vista pessoal, o grampo não representa nenhum risco. “Estou totalmente tranquilo e confortável. Aqui recebo pessoas em audiência e converso com meus assessores sobre os processos. A gravidade é alguém saber, por antecipação, o que, eventualmente, estou pensando em fazer em um processo. Fora isso, aqui é um espaço totalmente republicano, de modo de que não há risco de aparecer qualquer coisa errada”, disse Barroso, ressaltando que costuma escrever em casa, a mão, os votos.
O ministro informou ainda que o aparelho, escondido dentro de uma caixa de cabos telefônicos, estava “desativado”. Barroso afirmou não ter ideia de quando o grampo pode ter sido instalado. “Não era uma escuta ativa. Não tenho a menor ideia do que possa ser. Se alguém disse que isso estava aí antes de eu tomar posse, não saberia dizer.” Apesar do inusitado, o ministro disse não ter se surpreendido. “Nada no Brasil de hoje surpreende”, brincou. Barroso está no Supremo desde 2013. Ele foi relator do rito do impeachment da presidenta afastada Dilma Rousseff no STF e responsável pela execução das penas dos condenados na Ação Penal 470, a do mensalão. Da Agência Brasil.