O ministro do Planejamento, Romero Jucá, disse nesta terça (17) que o presidente interino Michel Temer é a pessoa correta para liderar a economia e fazer o país voltar a crescer. Segundo o ministro, o governo interino vai trabalhar para recuperar a credibilidade, a segurança jurídica e movimentar o mercado, favorecendo a previsibilidade nos investimentos. “O presidente [interino], por obra do destino, é um homem certo, no lugar certo, para construir essa base política, por sua formação, por sua forma de atuar, pela sua condição de ouvir, seu preparo de juristas, de constitucionalista, por ter presidido por três vezes a Câmara de Deputados e ser o presidente do maior partido do Brasil”, disse Jucá, que assumiu o ministério na última semana.
Credibilidade
Durante palestra no 28º Fórum Nacional, no Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Jucá disse que o país precisa recuperar a credibilidade no mercado, com ações que garantam estabilidade política para aprovar mudanças econômicas e de gestão. “É preciso que haja efetivamente credibilidade política na confiança do governo [interino] para propor, aprovar e sustentar as medidas que têm que ser feitas”, disse ao defender o governo. “Não é possível o ministro da Fazenda falar e o mercado ler exatamente um sinal contrário. Não é possível o Brasil colocar números e propostas, e esses números não calaram os agentes econômicos da sociedade, enfim, que ajuda a construir o dia a dia”, afirmou.
Para o novo ministro, é preciso também recuperar “o pilar da segurança jurídica”, que ficou abalado, afirmou, a partir de mudanças nos marcos do setor elétrico, por exemplo, medidas do governo de Dilma Rousseff para baratear o custo do combustível e da energia elétrica. “O governo não pode ser intervencionista, ideológico, atrasado e não pode ficar mudando regras e equações econômicas e financeiras ao sabor de determinada conjuntura”, disse, defendendo a segurança jurídica.
Em palestra sobre “O Brasil que queremos”, o ministro defendeu que o país retome seu o papel de “player mundial”, “mas que perdeu sua consistência por uma série de erros”, que, segundo Jucá, no novo cenário, poderão ganhar com previsibilidade. Em referência a um das capas da revista The Economist, que traz o Cristo Redentor, símbolo do país, em posição de queda, Jucá disse ainda que é preciso reverter essa imagem. “Não quero definir culpados, mas temos que fazer o diagnóstico para efetivamente fazer a retomada, fazer com que aquele Cristo Redentor da curva para baixo, faça uma inflexão, e mudando a tendência de todas as curvas hoje que colocam nosso pais em leituras extremamente desfavoráveis”. Da Agência Brasil.