Enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) não decide sobre o mandado de segurança impetrado por ele para que seja declarada a vacância do cargo de presidente da Câmara, o deputado federal José Carlos Aleluia (DEM-BA) aposta também na possibilidade de o problema ser resolvido no próprio plenário da Casa numa ação suprapartidária envolvendo partidos da situação e da oposição. A confiança do parlamentar baiano numa solução interna cresceu com o apoio de grande número de colegas e líderes recebido por ele depois do contundente pronunciamento que fez, na última quarta-feira (8), pedindo a saída do vice Waldir Maranhão (PMDB-MA) da presidência da Câmara Federal e a convocação de eleições para o cargo.
Segundo Aleluia, sem a mínima condição de dirigir os trabalhos da Casa, Maranhão cumpre apenas o papel de comandar a manobra para impedir a cassação do deputado Eduardo Cunha, que teve o mandato suspenso pelo STF e aguarda julgamento no Conselho de Ética. “Ele tenta evitar que vá a plenário a proposta de cassação de Cunha. Com a possibilidade de o Conselho de Ética aprovar a suspensão temporária de Eduardo Cunha, Maranhão pretende levar apenas isso ao plenário e salvar o chefe dele”.
Aleluia, no entanto, afirma que o Brasil passa por uma limpeza geral e manobras dessa natureza não podem mais ser suportadas. “Quem deve tem que pagar”, assevera, defendendo as investigações do Ministério Público Federal, Polícia Federal e da Justiça. “É imprescindível a convocação de nova eleição para a presidência da Câmara Federal para que seja restaurada a moralidade na Casa”.