Bolo de milho, de aipim e carimã, mingau, canjica, amendoim cozido, milho assado ou cozido. Essas são algumas das delícias típicas das festas juninas, feitas a partir de produtos como amendoim, milho e mandioca (aipim) que chegam às mesas dos baianos, oriundos das mãos de agricultores familiares. Este ano, com o aumento da safra de alguns desses produtos, mais famílias estão podendo desfrutar dessas iguarias. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2016, a safra de amendoim teve um incremento de mais de 20%, a da laranja, mais de 6,5%, e a da mandioca, um aumento de mais de 13%, comparado com ao mesmo período do ano passado.
O agricultor Manoel Antônio Conceição, da comunidade de Combê, no município de Cruz das Almas, no Recôncavo Baiano, não esconde a alegria com a safra desse ano. “A expectativa é muito boa, pois choveu e temos uma boa colheita”. O agricultor, que é presidente do Conselho Fiscal da Associação de Desenvolvimento Comunitário de Combê, Tintureiro e Tuá, destaca que os outros associados comemoram a colheita de amendoim, milho e aipim. Segundo Manoel, os produtos da Associação também são comercializados por meio dos programas nacionais de Aquisição de Alimentos (PAA) e de Alimentação Escolar (PNAE), o que se constitui em mais uma fonte de renda para essas famílias.
Além dos produtos típicos juninos, produzidos nesse período do ano, outros destaques na agricultura familiar são os produtos derivados dos sistemas produtivos da mandioca, mel, leite, pesca e aquicultura artesanal, fruticultura, oleaginosas e caprinovinocultura. A agricultora familiar Maria das Graças Conceição Nascimento está esperançosa. “Vendo meus produtos na feira livre do município e espero que a colheita desse ano melhore a renda da nossa família”.
Perfil da agricultura familiar
De acordo com o Censo Agropecuário (2006), a agricultura familiar é responsável por 77% dos alimentos que chegam à mesa das famílias baianas. A atividade responde por 44% de tudo que se produz na agropecuária do estado, com o Valor Bruto da Produção (VBP) anual de R$ 3,74 bilhões, além de ser responsável por 81% da mão de obra das famílias no campo. Os agricultores familiares são organizados por meio de associações e cooperativas e industrializam e comercializam a produção nos diversos segmentos de mercado, como feiras livres municipais e programas governamentais, a exemplo do PAA e PNAE, além de outros mercados nacionais e internacionais.