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Advogadas feministas criam coletivo de assessoria jurídica gratuita e promovem mutirão

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Segundo uma das integrantes do TamoJuntas, a advogada Laina Crisóstomo, muitas mulheres querem apenas desabafar, falar sobre sua dor | FOTO: Reprodução |

Conectadas pela hashtag #MaisAmorEntreNós, no facebook, um grupo de advogadas se uniu com a iniciativa de criar uma assessoria jurídica gratuita para mulheres em situação de violência. O grupo intitulado TamoJuntas, depois de promover um primeiro Mutirão da Lei Maria da Penha no início de junho, se junta ao movimento nacional Julho das Pretas e dá continuidade à ação no próximo dia 9 de julho (segunda-feira), às 9h, na Igreja Batista de Nazareth, em Salvador, dando atenção especial às mulheres racializadas. O encontro pretende promover um espaço seguro para que mulheres em situação de vulnerabilidade ou que tenham passado por algum tipo de violência, tenha sido esta doméstica ou em espaços públicos, possam tirar dúvidas, serem orientadas, atendidas e assistidas em todas as fases do processo jurídico.

Segundo uma das integrantes do TamoJuntas, a advogada Laina Crisóstomo, muitas mulheres querem apenas desabafar, falar sobre sua dor. Ser ouvida é a primeira dificuldade, e não à toa: muitas vítimas de violência preferem manter o silêncio a serem culpabilizadas ou postas em prova sobre a violência ou assédio que sofreram. Mesmo considerada uma grave violação de direitos humanos, nos seis primeiros meses de 2015 ocorreram 2.381 casos de violência contra mulheres baianas. Uma média de 13 por dia, conforme divulgado pelo Núcleo de Atendimento da Defensoria Pública do Estado da Bahia.

Quando se trata de violência sexual, os dados parecem esmagadores. A Secretaria da Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP-BA) divulgou que só entre janeiro e março do ano passado, foram registrados 548 casos de estupro na Bahia. Deste número, 140 foram somente em Salvador. É importante atentar que estes dados podem ser subestimados, já que nem todas as pessoas formalizam a denúncia. Mas as pesquisas e registros oficiais revelam para além de agressões pontuais, uma cultura de machismo e naturalização de violências que geram impactos subjetivos maiores em cada cidadão brasileiro.

E foi tensionando esta estrutura esquálida, que Laina Crisóstomo deu início à campanha #MaisAmorEntreNós na sua página pessoal, se disponibilizando a atender uma mulher vítima de violência doméstica por mês de forma gratuita. Logo depois, com uma repercussão de 6 mil curtidas e 5 mil compartilhamentos, a mensagem chegou às advogadas Carolina Rola, Aline Nascimento e Natasha Barreto e juntas se somaram ao mesmo sonho e vontade de ajudar outras mulheres. No dia 12 de maio de 2016, a página do facebook do TamoJuntas foi criada com a finalidade de responder às dúvidas, assistir e orientar as vítimas. Hoje a fanpage já conta com 66 mil seguidores.

Serviço:
O quê? Mutirão da Lei Maria da Penha.
Onde? Igreja Batista de Nazareth (rua ao lado do Hospital Santa Izabel. Próximo ao Tribunal Regional do Trabalho/TRT).
Quando? 09/07, às 9h.
Quanto? Gratuito.

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