A ex-ministra-chefe da Secretaria de Políticas Públicas da Igualdade Racial do Brasil entre os anos de 2011 a 2014, Luiza Helena de Bairros, faleceu na manhã desta terça-feira (12), em Porto Alegre, aos 63 anos, vítima de um câncer no pulmão. Há meses ele lutava contra a doença. Natural de Porto Alegre, Luiza era graduada em Administração Pública e de Empresas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul além de possuir títulos de Mestre em Ciências Sociais (UFBA) e de Doutora em Sociologia (Universidade de Michigan – USA).
De acordo com informações da família, o corpo da ex-ministra será velado até a quarta-feira (13), quando deve ser sepultado. “Luiza foi uma incansável militante da causa negra e da democracia brasileira. Sua obra permanece viva e continua sendo um símbolo da luta contra o preconceito e em favor das melhores causas da vida política nacional”, escreveu a presidenta afastada Dilma Rousseff em nota na qual lamentou a morte da ex-ministra.
Morava em Salvador desde 1979, onde atuou em diversos movimentos sociais, com destaque para o Movimento Negro Unificado (MNU). Trabalhou em programas das Nações Unidas – ONU contra o racismo em 2001 e em 2005. Foi titular da Secretaria de Promoção da Igualdade Social da Bahia, trabalhava e militava politicamente nas áreas de raça e gênero.
Para os movimentos sociais, sobretudo os de mulheres e negros, Bairros deixa reflexões fundamentais para compreensão e ação política pela igualdade de gênero e raça. Para a administração pública Luiza Bairros deixa ao Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), uma ferramenta que segundo ela inaugura a possibilidade de um novo ciclo das políticas de promoção da igualdade racial no Brasil visando o fortalecimento e a institucionalização de órgãos, conselhos, ouvidorias permanentes e fóruns voltados para a temática nos estados e municípios.
Luiza Bairros considerava que o Sinapir exige um esforço especial na institucionalização dos órgãos de Promoção da Igualdade Racial (PIR). Ela dizia que “não existe qualquer possibilidade de uma política pública ser bem-sucedida se o trabalho não for desenvolvido com os entes federados, porque é dessa maneira que se consegue que a política chegue às pessoas. Os resultados desse esforço vão depender também do empenho de governadores e prefeitos na compreensão da política de PIR”. Jornal da Chapada com informações do Portal Geledés.