Uma associação presidida por Andrea Neves, irmã do senador Aécio Neves, passou a ser alvo da Polícia Federal a partir de um inquérito sobre a empreiteira Andrade Gutierrez. Em um relatório anexado ao inquérito, a PF destaca conversas do ex-presidente da construtora, Otávio Azevedo, sobre valores destinados à irmã do tucano, além de troca de mensagens com Oswaldo Borges, ex-presidente da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais, e apontado como tesoureiro informal de Aécio.
Em uma das conversas, cujo conteúdo foi publicado nesta terça-feira (12) pelo Estado de S.Paulo, Oswaldo Borges pergunta a Otávio se era possível “falar na quinta às 19h em Sp”. Dois dias depois, Otavio responde: “Já foi feito”. Oswaldo agradece no mesmo dia: “Obrigado Otavio. Com vc funciona!!!rsrs”. As mensagens trocadas se deram, segundo a PF, no mesmo dia em que Azevedo confirmou doação para a campanha de Dilma Rousseff.
“Destaca-se mensagens de Otávio Marques e Oswaldo Borges da Costa e Otávio Marques e +556981266901 analisadas em conjunto pois é possível que estejam relacionadas à doações eleitorais”, informa o relatório da PF. Ainda segundo o agente federal Di Bernardi, autor do relatório, as “mensagens aparentemente contradizem o Termos de Declaração de Otávio no tocante a forma como se davam as doações eleitorais”.
“Observa-se que tanto na mensagem para Manoel Araujo como na mensagem para Oswaldo Borges, Otávio encaminha, praticamente no mesmo horário do dia 29/08/2014, a mensagem “Já foi feito”, sendo que ambos agradecem. Informações em fontes abertas associam Oswaldo Borges da Costa Filho à Aécio Neves (seria genro do padrasto de Aécio108)”, completa o relatório.
Ao Estado de S.Paulo, a assessoria do senador do PSDB afirmou que “as mensagens são autoexplicativas e trazem um conteúdo absolutamente correto, não apontando qualquer irregularidade. A troca de mensagens publicada pelo jornal, entre Oswaldo Costa e Otavio Azevedo, foi feita no mesmo dia 29 de agosto em que foi realizada uma doação da Andrade Gutierrez à campanha presidencial do PSDB de 2014, como consta da declaração feita a justiça eleitoral”. Atualmente, o senador mineiro é alvo de dois inquéritos da operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Texto extraído do Jornal do Brasil.