O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse nesta quinta (14), após receber a visita do novo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que o resultado da eleição na Câmara reaproxima as duas Casas e a possibilidade da formulação de uma pauta conjunta de “interesse nacional”. Desafeto do colega de partido e ex-presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Renan chegou a dizer que Cunha tinha “obsessão” em relação ao nome dele.
“A vitória do Rodrigo Maia recoloca a possibilidade de as duas Casas fazerem um esforço conjunto, com uma pauta mínima, suprapartidária de interesse nacional. Mais do que melhora, recoloca na ordem do dia a possibilidade que as duas Casas construam a pauta mínima de interesse nacional”, disse o peemedebista. O presidente do Senado informou que na próxima terça-feira, ao lado de Maia e lideranças da duas Casas, irá se reunir com o presidente interino da República, Michel Temer, para discutir propostas para uma reforma política. “Esse esforço pode mobilizar as duas Casas e todos os partidos que querem reformar a política”.
Rodrigo Maia
Em sintonia com Renan Calheiros, Rodrigo Maia também disse apostar no trabalho conjunto entre deputados e senadores. “Junto com o presidente Renan, temos uma expectativa muito grande que as duas Casas possam, em conjunto, construir uma agenda de poucos itens, que possa dar produtividade aos andamentos dos trabalhos no Congresso Nacional, com muita harmonia”. Sobre a agenda da Câmara, Maia disse que pretende pedir ao presidente da Comissão de Constituição e Justiça, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), que dê celeridade à análise da proposta de emenda à Constituição que estabelece um limite de gastos para União. Segundo ele, é possível aprovar a PEC até o fim do ano.
“Esse é um tema que interessa o Brasil, a todos os partidos, do governo e da oposição. Temos que tirar da CCJ, criar a comissão especial. Ai serão, no mínimo, 11 sessões. Tem um prazo para que a matéria esteja pronta para ser votada no plenário”, disse. De acordo com o novo presidente da Câmara, a Casa não vai paralisar os trabalhos durante as Olimpíadas nem durante as eleições municipais. “Nas Olimpíadas temos que trabalhar, não podemos ficar parados. Nossa função é estar aqui trabalhando. Não tem porque o Congresso Nacional parar por causa das Olimpíadas. Não faz nenhum sentido que isso ocorra”.
Para manter o funcionamento das atividades da Casa durante as eleições municipais, Maia disse que pretende construir uma agenda com os deputados para ser votadas em dois dias da semana. “A intenção é organizar, discutindo e debatendo, um esforço concentrado a cada dois da semana e fazer o diálogo dos temas que vamos pautar. Porque se tivermos dialogado e debatido antes, vamos chegar no plenário quase consensual, o que facilita”. Da Agência Brasil.