O que já foi tema de livro, filme, revista em quadrinhos, e até música de Carnaval na Bahia é também fonte de inspiração para os milhares de baianos e baianas que têm na Revolta dos Búzios uma referência da luta e da força do negro no estado. O movimento pela independência e fim da escravidão terminou com a prisão de quase 600 pessoas e o enforcamento dos líderes, hoje heróis nacionais: Lucas Dantas, João de Deus, Manoel Faustino e Luiz Gonzaga.
Os bustos dos quatro líderes estão eternizados na Praça da Piedade, em Salvador, e relembram a importância que o povo negro teve na história da Bahia e do país. “Esse episódio extraordinário é o pai e a mãe do 2 de Julho”, destaca o presidente do Olodum, João Jorge.
Para o cineasta Antônio Olavo, o Brasil e a Bahia precisam conhecer esse assunto porque diz respeito à sua identidade. “Isso quebra um mito do povo pacato e ordeiro, demonstra que muito tempo atrás o povo baiano, particularmente o povo negro do estado, foi capaz de levantar bandeiras consequentes, revolucionárias”, afirmou.
A luta símbolo pelo fim da escravidão é tema do especial Nossa Cultura, uma série de vídeos produzidos pela Secretaria de Comunicação Social do Estado da Bahia (Secom), em parceria com Secretaria da Cultura (Secult) e outras pastas. A ideia da série é mostrar ações afirmativas de Governo que têm resgatado a história e relembrado fatos e pessoas que fazem parte da memória do povo baiano.