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Moro recomendou que Cunha não fosse algemado pela PF; R$ 221 milhões desaparecem de contas

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A Justiça tentou bloquear R$221 milhões da conta de Cunha, mas encontrou suas contas zeradas | FOTO: Reprodução/Brasil Post |

A prisão do ex-deputado federal Eduardo Cunha está envolta de rumores, um deles é que ela serve para legitimar a prisão do ex-presidente Lula, contra quem a Polícia Federal (PF) e Ministério Público Federal (MPF) não têm provas de delitos, como foi no caso de Cunha. Mas um fato que é sabido é que o juiz Sérgio Moro recomendou que o político não fosse algemado em nenhuma hipótese, com a exceção apenas se houvesse risco concreto aos policiais federais.

O magistrado também não permitiu que o ato fosse filmado ou fotografado, nem mesmo durante o deslocamento até Curitiba, como aconteceu com outros acusados. “Não deve ser utilizada algema, salvo se, na ocasião, evidenciado risco concreto e imediato à autoridade policial. Consigne-se que, tanto quanto possível, não se deve permitir a filmagem ou a fotografia do preso durante a efetivação da prisão e deslocamento do preso”, afirmou Moro.

Apesar disso, o juiz responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância da Justiça Federal elencou diversos atos do político contra as investigações de corrupção na Petrobras. O magistrado chegou a relacionar suspeitas de que Cunha “se vale, com frequência, de métodos de intimidação”. Segundo apontou Moro, Júlio Camargo, um dos delatores da Lava Jato, ocultou informações com medo das consequências.

O juiz federal também destacou que, enquanto não houver rastreamento completo do dinheiro em que há suspeita de crimes envolvendo o ex-deputado, há o risco do desaparecimento de valores, o que, na opinião do magistrado, inviabilizaria sua recuperação. Inclusive a Justiça tentou bloquear R$221 milhões da conta de Cunha, mas encontrou suas contas zeradas. Apenas na conta da mulher dele, a jornalista Cláudia Cordeiro Cunha, foi encontrado o valor de R$623.500, muito abaixo do procurado pelo judiciário.

Moro ainda concordou com o temor do MPF de uma possível fuga de Cunha por ele ter contas no exterior, além de outros fatores. “Isso é agravado pelo fato de Eduardo Cunha ser detentor de dupla nacionalidade, o que poderia inviabilizar eventual extradição dada a maior dificuldade em realizá-la”, afirma o juiz federal. Com informações do G1.

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