A Secretaria do Meio Ambiente do Estado (Sema) e o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), em parceria com o Corpo de Bombeiros Militar da Bahia, realizaram, entre a terça (25) e a quinta (27), nas cidades de Barra da Estiva e Ibicoara, respectivamente, oficinas com teorias e práticas de prevenção para brigadistas voluntários, agricultores e educadores. As atividades fazem parte do Programa Bahia sem Fogo e visam aprimorar as medidas preventivas contra incêndios florestais no território da Chapada Diamantina. O Programa realiza, desde setembro, ações de educação ambiental nos municípios de Andaraí, Barra da Estiva, Ibicoara, Iraquara, Lençóis, Mucugê, Palmeiras, Piatã, Seabra e Rio de Contas.
De acordo com a técnica da diretoria de Educação Ambiental para Sustentabilidade (Dieas) da Sema, Silvani Honorato, nesta oficina os participantes receberam informações sobre a legislação e alternativas ao uso do fogo durante o preparo do solo para o plantio. “Procuramos passar um conteúdo para que a população, que vive nestes municípios afetados com os incêndios, possa iniciar uma mudança quanto à utilização do fogo, seja na agricultora ou no turismo, adotando alternativas que diminuam e até mesmo anulem os impactos causados pelos incêndios florestais ao meio ambiente, à saúde e para a economia”.
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“O conteúdo, ministrado em parceria com perito em incêndios florestais do Corpo de Bombeiros, abordou temas como legislação ambiental, práticas alternativas ao uso do fogo e métodos de manejo e cultivo do solo, dentre outras ações.”, explicou Silvani. Brigadista no município de Barra da Estiva, Wallace Silva, participou da atividade junto a mãe e os cinco irmãos, todos voluntários nas ações de prevenção e combate aos incêndios florestais.
“Desde criança minha mãe nos ensina a cuidar do ambiente em que vivemos, meus irmãos mais novos atuam na brigada mirim, com atividades nas escolas como plantio de mudas, mutirões de limpeza em rios e nas estradas. Seguimos também a vocação do voluntariado junto a Brigada Os Guerreiros, pois para cuidar da natureza entendemos que não precisamos ser remunerados, nosso ganho é a qualidade de vida e a manutenção das florestais e animais para as gerações futuras”.
Para o instrutor e perito em incêndios florestais do 11º Grupamento de Bombeiros Militares, Sub Tenente Uirlei Borges, a metodologia utilizada e o conteúdo disponibilizado objetivaram também subsidiar o público alvo na tomada de decisões quanto ao uso do fogo como ferramenta de trabalho nas atividades agrícolas, bem como apresentar a legislação ambiental vigente. “Apresentamos os procedimentos necessários para a realização de atividades com uso do fogo e das responsabilidades daqueles que o fizerem, além das sanções penais e administrativas decorrentes da propagação de fogo descontrolado no ambiente natural que resultem em incêndios florestais”.
“Esclarecemos que o produtor precisa atender a algumas condicionantes antes de iniciar uma queimada em sua propriedade, sendo necessária a autorização dos órgãos ambientais competentes. E mesmo com autorização, em períodos de estiagem como o vivenciado agora,estão suspensas por decreto do Governo do Estado”, enfatizou. O agricultor e presidente da Associação de Pequenos Produtores Rurais do Baixão, Brejão e Mundo Novo no município de Ibicoara, Joel Silva, falou sobre os prejuízos causados pelos incêndios na produção agrícola.
“Sofremos impactos diretos com o aumento da estiagem e perda da qualidade do solo. Pretendo levar para os meus vizinhos esse conhecimento, antes achava que o fogo era bom para a terra e para a planta, mas hoje já sei que prejudica o meio ambiente e a minha própria terra e cultivo. Nossos produtores utilizam práticas de roçagem e aproveitamos a matéria orgânica que fica na cobertura”. O Programa Bahia sem Fogo realiza campanhas anuais de prevenção, fiscalização e combate, voltadas principalmente, para os municípios com maior ocorrência de incêndios florestais nas regiões da Chapada Diamantina e Oeste Baiano. As informações são da Sema.