“O que a gente precisa é de vozes, mas que falem a verdade, não precisamos ser um partido de subalternos a qualquer projeto político. Isso eu não sou. Nasci livre e sou um homem livre e aqueles que me seguem têm que ser livres também. Não podemos ser subalternos a um projeto político perverso, individualista, a liberdade é coletiva, caso contrário, não é liberdade”. A fala é do vereador de Salvador Luiz Carlos Suíca (PT), que esteve no encontro da Procuradoria Geral do Estado (PGE) debatendo as “Reflexões Jurídicas sobre a Legislação Baiana de Promoção da Igualdade Racial”, na última quarta-feira (16). O edil petista usou o espaço para tecer duras críticas à falta de investimentos a blocos afros, principalmente sobre a questão do aniversário de 43 anos do Ilê Aiyê, que não teve investimentos do governo estadual e penou para realizar um evento.
“Esse novembro é de reflexão, para que a gente possa buscar liberdade de verdade, sem jogar pedra naqueles que podem nos ajudar e estar do nosso lado, nos fortalecendo. Estou aqui por aqueles que têm sensibilidade e tem em sua tarefa os direitos humanos, e assim são os blocos afros da Bahia. Sem falar que não podemos ser hipócritas, temos de reconhecer que não adianta apenas colocar poucos negros na faculdade, tem que colocar em outras áreas do social também, inclusive na cultura”. Suíca ainda completa: “O governo estadual não tem um projeto político para que a gente seja igual, porque a igualdade para mim é utópica, mas que ao menos tenhamos dignidade, que nós sejamos garis, carpinteiros, advogados, e que coloquemos mais negros na universidade, na Assembleia Legislativa, nós precisamos de gente que possa ter essa sensibilidade”.
Ainda conforme Suíca, o Sindilimp fortaleceu sua atuação como homem negro e critica os ataques contra a entidade. “Um sindicato que só quer lutar por direitos, por liberdade, para que seus trabalhadores recebam seus salários e vivam de forma digna, isso é uma questão até de direitos humanos. Não quero estar junto de quem me maltrata, de quem maltrata o povo, as mulheres, e esse Estado faz isso de forma perversa, deixa trabalhadores sem salários, manda matar jovens, não apresenta perspectiva, nenhuma esperança. Apostamos em um projeto e esse projeto não aconteceu em 2002, com a chegada de Lula ou de Dilma, e vem sem acontecer desde Zumbi, de Dandara, Luísa Mahin, de todas essas pessoas que fizeram com que a luta se iniciasse e continuasse”.