O governador da Bahia, Rui Costa, sugeriu nesta terça-feira (20) apoio à legalização da maconha. Segundo o petista, a droga não causa impacto significativa na violência nem na saúde. A declaração foi concedida após o ministro da Justiça, Alexandre Moraes, anunciar, na semana passada, que pretende erradicar o comércio e o uso da cannabis no País. “Se fosse uma droga leve, como a maconha, eu poderia estar aberto a defender a legalização, comercialização em estabelecimentos cadastrados, porque é nítido que a maconha não tem esse impacto do ponto de vista da violência e nem do ponto de vista da saúde”, disse Rui em entrevista coletiva.
O chefe do executivo comparou a maconha com outras drogas. “O maior problema nosso é a cocaína, o crack, que são drogas pesadas que debilitam e agridem fortemente a saúde”, analisou. Ao comentar sobre a legalização das drogas, ele falou sobre o impacto que um direito individual pode ser sobre o coletivo. “Todas as pessoas têm o direito coletivo à paz, a circular pelas ruas sem serem agredidas, sem serem abordadas. Eventualmente você pode defender o direito de qualquer cidadão consumir o que ele quiser. O problema é quando um direito se incompatibiliza com outro”, complementou.
Ministro vai na contramão do mundo
Com a proposta de erradicar o comércio e uso de maconha no país como parte do Plano Nacional de Segurança, Moraes vai na contramão da política antidrogas na maior parte do mundo, que tem avançado em debates pela descriminalização e legalização da maconha frente a opção da “guerra às drogas”. A proposta também faz um contraponto ao que defende o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o principal nome do PSDB, mesmo partido de Moraes.
Inclusive, FHC participou do documentário “Quebrando o Tabu”, em que defende a descriminalização das drogas. A peça também conta com a participação do médico Drauzio Varella. Enquanto o ministro defende a proibição, os estados americanos Califórnia, Massachusetts e Nevada legalizaram o uso recreativo da cannabis, e Flórida, Montana, Dakota do Norte e Arkansas legalizaram o seu uso medicinal. Extraído do site Brasil 247.