A Fundação Baiana de Pesquisa Científica e Desenvolvimento Tecnológico, Fornecimento e Distribuição de Medicamentos (Bahiafarma) começou o envio dos 3,5 milhões de testes rápidos de diagnóstico do Zika Vírus, adquiridos pelo Ministério da Saúde junto ao laboratório público baiano. Os dispositivos, que serão distribuídos pelo órgão federal para todo o Brasil, estão sendo encaminhados à Central Nacional de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos. (Cenadi), no Rio de Janeiro. A expectativa é que o governo federal inicie o repasse dos testes para postos de saúde espalhados pelo País nas próximas semanas, com o objetivo de atender a população durante o verão, quando é aumentada a proliferação do mosquito Aedes aegypti e, consequentemente, o número de doenças transmitidas pelo inseto.
Licenciada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e com fábrica funcionando no município de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), a Bahiafarma segue com a produção em ritmo acelerado. A meta é entregar os 3,5 milhões de testes rápidos encomendados pela União até fevereiro. O acesso aos testes, que serão distribuídos gratuitamente, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), será priorizado para gestantes, crianças e idosos. De acordo com o diretor-presidente da Bahiafarma, Ronaldo Dias, o teste rápido vai garantir celeridade no diagnóstico correto, importante para o tratamento clínico adequado dos pacientes.
O dispositivo também ajudará gestantes e mulheres com intenção de engravidar a planejar e acompanhar a gestação, já que existe risco de que fetos e bebês desenvolvam patologias, como a microcefalia, caso a mãe contraia a doença durante a gravidez. “Com os testes rápidos, as gestantes podem ter o diagnóstico sempre que houver dúvidas sobre os sintomas ou sempre que o médico que acompanha a gravidez julgar necessário”, destaca Dias. “Os testes rápidos vão dar respostas imediatas, que vão possibilitar que a mulher tenha uma gravidez tranquila ou vão sanar qualquer dúvida que possa a surgir em relação a ter ou não o zika vírus.”
Os testes
O teste adquirido pelo Ministério é o Zika IgG/IgM Combo, composto por dois cassetes portáteis (7×2 cm cada), que utilizam uma pequena amostra de sangue do paciente e fornecem o resultado em até 20 minutos. O primeiro cassete reage ao anticorpo IgM e identifica infecções recentes (de cinco dias a duas semanas), enquanto o segundo reage ao anticorpo IgG, identificando se o paciente foi infectado há mais tempo, mesmo que já não manifeste nenhum sintoma da doença. A Bahiafarma também produz o teste Zika NS1, que permite a identificação do vírus em casos ultra recentes, entre o primeiro e o quinto dia de infecção.
Práticos, seguros e com alto índice de confiabilidade, os testes rápidos da Bahiafarma também chamam a atenção do mercado pelo baixo custo de produção. Um levantamento feito pelo Ministério da Saúde revelou que o preço do Zika IgG / IgM Combo é menos da metade do que o praticado pelos concorrentes internacionais. No exterior, os testes rápidos desenvolvidos pelo laboratório público baiano também chamaram a atenção. Empresas e governos de países afetados pelo Zika Vírus, como Tailândia, Malásia, Indonésia, República Dominicana e Argentina, além de organismos internacionais, como Unicef e PNUD, negociam a aquisição de testes.
Com atuação destacada no setor e gestão inovadora, a Bahiafarma ingressou no rol dos principais laboratórios oficiais do Brasil. A instituição tem dado continuidade à estratégia do Governo do Estado de transformar-se em um centro indutor para a consolidação de um polo industrial farmacêutico e biotecnológico na Bahia, iniciado em 2015.