E a Chapada Diamantina segue sofrendo com incêndios florestais. Já são três dias de combate ao fogo que atinge a região do Barro Branco, município de Lençóis, nos arredores do Parque Nacional (PNCD). O Jornal da Chapada publicou, em primeira mão, sobre as chamas que seguem sendo combatidas desde a última terça-feira (3). Em contato com o G1, a chefe do PNCD, Soraya Fernandes, informou que as causas do fogo não foram apuradas, mas há indícios que apontam para incêndio criminoso. Ainda conforme relato de Soraya, o incêndio não tomou grandes proporções como ficou aparentando nas imagens publicadas.
“Mas se não for combatido, qualquer incêndio pode aumentar de uma hora para outra”, salienta ao G1. Junto com os brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e voluntários, estão também aeronaves do Corpo de Bombeiros, via Programa Bahia Sem Fogo. Conforme Soraya, atualmente o fogo está controlado, com período de monitoramento para evitar maiores danos. “Vamos entrar na terceira noite de combate, e esperamos que essa noite a gente consiga debelar o incêndio”, explica.
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Falta plano de prevenção
Pelo visto, os grandes incêndios, alvos de inúmeras matérias do Jornal da Chapada, não foram o suficiente para que os governos estadual e federal tenham planejamento para evitar tal catástrofe. Crítico ferrenho do modo como as autoridades tratam os incêndios florestais na Chapada Diamantina, o presidente dos Combatentes de Incêndios Florestais em Andaraí (Cifa), Homero Vieira, volta a questionar a chamada ‘indústria do fogo”. Sem papas nas línguas, o brigadista, mais conhecido como ‘Velho Urso’, destaca a atuação do ICMBio, que administra o Parque, e das brigadas voluntárias, mas detona a falta de preparo dos órgãos estaduais.
“Tem um ano que tivemos os grandes focos de incêndios que destruíram boa parte da biodiversidade do Parque e da Chapada. Continuamos sem um plano integrado de prevenção e combate. Tempo, a União e o Estado tiveram. Sabemos que a perspectiva do clima apresenta uma das maiores secas de todos os tempos. O estado gastou milhões com pseudos palestras. Incompetência, descaso ou a indústria do fogo? Fato é que estamos a mercê de uma poderosa indústria”, dispara.
Conforme Homero, o fogo de Lençóis foi controlado, mas o sol e umidade, juntamente com a grande quantidade de biomassa, estão alertando sobre uma grande catástrofe ambiental. “O dinheiro emergencial é a esperança de bons uísques nas bordas das piscinas”, critica. “Por isso ninguém se prepara para tragédia anunciada”.
Jornal da Chapada