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João Leão aposta em apoio de Coronel e da oposição na eleição para a Assembleia

O vice-governador e atual secretário da SDE, João Leão | FOTO: Reprodução |

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Na avaliação do vice-governador, o PP tem a robustez necessária para enfrentar o PSD | FOTO: Reprodução |

Presidente do PP na Bahia, o vice-governador e secretário de Planejamento do Estado, João Leão, demonstrou confiança na vitória do deputado estadual Luiz Augusto (PP) na disputa pela presidência da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). O parlamentar progressista concorre com o atual presidente, Marcelo Nilo (PSL), e com Ângelo Coronel (PSD), com quem firmou um pacto caso um dos dois perca fôlego na reta final da disputa. Leão também negou que ele e o senador Otto Alencar (PSD) tenham feito um acordo para enfraquecer o liberal. “Marcelo cria as coisas em benefício pessoal, em benefício dele. Vamos sustentar Luiz Augusto até o final, estou preparado para receber o apoio de Ângelo Coronel e da oposição”, assinalou em conversa com a Tribuna.

“O vice-governador João Leão está preparado para receber o apoio do PSD e da oposição. A oposição sempre participou das eleições. Na última ela ficou com Marcelo Nilo, nesta estou esperando que fique com Luiz Augusto”, acredita. Ainda na avaliação do vice-governador, o PP tem a robustez necessária para enfrentar o PSD, que fez o maior número de prefeituras nas últimas eleições municipais. “Está preparado e capacitado. O tamanho do PP dá fôlego para peitar Otto Alencar. Um partido forte, com 56 prefeitos, vários aliados”, disse, acrescentando que espera ter a adesão da maioria dos deputados na AL-BA.

Na semana passada, Luiz Augusto também se mostrou otimista e chegou a desdenhar das declarações de Nilo, que afirmou publicamente ter 32 votos favoráveis à sua reeleição. “Não tem ninguém fechado, a eleição é secreta, e Marcelo divulgou uma lista dos deputados que supostamente vão votar nele. A oposição se colocou que não vai apoiar a reeleição. Essas contas dele são para constranger, ele não tem 32 votos. Dessa vez, a eleição vai mudar. Isso acaba enfraquecendo, eu abro mão para Coronel se ele tiver melhor lá na frente”, avaliou em entrevista à rádio Metrópole.

“O presidente da Assembleia tem que gerir a Casa e não servir de trampolim político. Nós decidimos que vamos ganhar a eleição, eu ou Coronel, a casa é dos 63 deputados e vamos oxigenar, enxugar”, assinalou. Augusto também criticou o suposto acordo que Nilo teria feito com Lídice da Mata (PSB), visando o Senado em 2018. “Quer tomar o lugar de Lídice na chapa de Rui”, disse. As eleições devem ocorrer no dia 1º de fevereiro. Em debate com Luiz Augusto (PP) na rádio Itapoan FM, o deputado Ângelo Coronel (PSD) criticou a forma como o atual presidente da AL-BA, Marcelo Nilo (PSL), conduz o orçamento da Casa.

“Queremos que o orçamento seja aberto para que haja transparência dentro da Assembleia. São 80% com pessoal e custeio. Quando se vota o orçamento, tem-se um resumo. Então, se você me pergunta, desses R$ 430 milhões, o que se paga com efetivo e hora-extra, não sei. Nenhum deputado sabe, só Marcelo Nilo. Ali é um regime presidencialista, é como se fosse uma propriedade privada de Nilo. Vou enxugar, não é cortar o que o deputado gasta com viagens dele, por exemplo, mas o que eu considerar como gordura, vou cortar”, avaliou. Marcelo Nilo não compareceu ao embate.

O pessedista também criticou o excesso de projetos do Executivo para serem votados em caráter de urgência. “Pretendo reestruturar a Casa para que não gere problemas de constitucionalidade. Existe uma sangria desatada, essa pressa em agradar. Espero que quando chegar projetos, eles sejam discutidos à exaustão. Sei que existem projetos de urgência, porque o governo precisa acelerar seus investimentos”, assinalou.

Coronel também acusou Nilo de tratar os colegas parlamentares de maneira desigual. “Seria uma gestão compartilhada. Tem que dividir a estrutura da Casa com todos os 63 deputados”. A minoria na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) deve marchar com Ângelo Coronel (PSD) na disputa pela presidência da Casa. O anúncio, entretanto, será feito apenas no início da próxima semana, às vésperas da votação. Isso já é dado como certo nos bastidores; inclusive, o bloco não tem novas reuniões definidas para essa semana.

Comentava-se que a decisão seria tomada apenas após uma conversa com o prefeito ACM Neto (DEM), que está no exterior e deve retornar até a quinta-feira (26). Entretanto, até mesmo esse encontro pode não acontecer, já que o Democrata também estaria em concordância com a adesão ao PSD. “Acho que dessa vez Marcelo perde”, sentenciou uma fonte com bom trânsito no governo e na Assembleia à Tribuna.

Independente de quem seja, o candidato que receber o apoio dos 21 parlamentares que compõem a minoria certamente será o vitorioso. Apesar da disputa apertada, o bloco é o que pode sair mais prejudicado, caso a decisão não seja acertada e o candidato escolhido para o apoio seja derrotado. Caso isso aconteça, o mais provável é que fique de fora da mesa diretora e de comissões no Legislativo estadual. À imprensa, no entanto, Nilo garante que a tendência é receber o apoio do grupo, e diz também que conta com a preferência do governador Rui Costa (PT).

Sempre que questionado sobre o assunto, o petista diz que não tem interferido no processo. “Não sou eu que construo as eleições na Assembleia. Quem constrói e decide são os deputados. Eu só posso conversar e pedir a reflexão dos deputados, e tenho certeza que com a reflexão a gente se entende. É o que tenho feito, conversar”, declarou, embora tenha sugerido aos candidatos uma prévia com o objetivo de afunilar uma única candidatura. Isso provavelmente beneficiaria Nilo, já que legendas como o PT e o PSB já se manifestaram favoravelmente à reeleição. Em coletiva de imprensa na manhã de ontem, Rui foi monossilábico e disse que estará satisfeito, independente de quem seja eleito.

Ângelo Coronel (PSD) e Luiz Augusto (PP), por outro lado, dizem que a minoria não apoiará Nilo, já que o grupo teria se posicionado de forma contrária à reeleição. “A oposição elaborou um documento e um dos pontos, uma das exigências para o apoio, é que não haja reeleição. Então eles não devem apoiar Nilo”, apostou o progressista no início do mês. Por sua vez, Coronel sentenciou que o atual presidente “terá uma surpresa” no dia da votação. Da Tribuna da Bahia.

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