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Portaria reconhece o Território Quilombola Sacutiaba no Oeste baiano

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De acordo com o Relatório Antropológico, Sacutiaba e Riacho de Sacutiaba são duas localidades contíguas, separadas por um riacho | FOTO: Montagem do JC/Incra |

O Território Quilombola Sacutiaba e Riacho da Sacutiaba, onde vivem 69 famílias, teve Portaria de Reconhecimento do Incra publicada nesta sexta-feira (17) no Diário Oficial da União (DOU). A área de 12,2 mil hectares está inserida no município de Wanderley, na região Oeste. A portaria de reconhecimento consolida o território e dá legitimidade ao conteúdo do Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID), que teve a última retificação publicada em 2015.

Segundo o técnico de reforma e desenvolvimento agrário, Claudio Bonfim, que acompanha o processo de regularização fundiária da área quilombola, trata-se de uma comunidade isolada, de difícil acesso a 150 quilômetros do município de Wanderley. “A comunidade do território preserva o bioma da região, visto que o restante das terras deste município é explorado pela criação da bovinocultura extensiva”, explica Bonfim.

História
De acordo com o Relatório Antropológico, Sacutiaba e Riacho de Sacutiaba são duas localidades contíguas, separadas por um riacho. A memória oral das famílias, reporta que os moradores das localidades dizem pertencer a uma mesma descendência e seriam originários de três troncos familiares.

As comunidades se formaram por agregação. “Os moradores de Sacutiaba – assim como em grande parte das comunidades quilombolas da região do Médio São Francisco – em uma determinada época da sua constituição tornaram-se agregados. Esta condição pode ser comparada a uma espécie de servidão, variando conforme a região e a época”, constata o relatório.

De acordo com o documento, o agregado é uma categoria social gestada pelo latifúndio. Essa condição de “agregacia”, acrescenta o relatório, foi incorporada a grupos negros que ocupavam terras, igualmente no período da escravidão, por terem fugido de fazendas escravistas para viverem em liberdade nas terras disponíveis na região. As informações são do Incra.

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