A lista da delação de ex-executivos da Odebrecht para a Operação Lava-Jato conta com nomes de 12 políticos baianos. Entre eles estão o prefeito de Salvador ACM Neto (DEM), o secretário municipal de Trabalho, Esporte e Lazer de Salvador, Geraldo Júnior e o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB). Há alguns anos o crescimento exacerbado do patrimônio de ACM Neto foi notado pelos jornalistas, que avaliaram em um aumento de mais de 800% entre os anos de 2008 e 2012. Saindo dos R$ 1.642 milhão, para R$ 13.327 milhões.
Os números foram divulgados no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Quando concorreu à chefia do Executivo municipal em 2008, ACM Neto tinha como principal bem o apartamento na Graça que mantém até hoje. O imóvel avaliado em R$ 900 mil à época continua, de acordo com o declarado, tendo o mesmo valor quatro anos depois. Naquele ano, aos 29, ACM Neto já contava com uma previdência privada no valor de R$ 59 mil. Quatro anos depois a aplicação estava R$ 879 mil. Mas o que “engordou” o patrimônio do neto do ex-senador Antônio Carlos Magalhães foi a declaração das quotas da TV Bahia adquiridas neste ano de 2012. Somente elas estão avaliadas em mais de R$ 9 milhões.
Já Geraldo Júnior é suspeito de ter recebido R$ 90 mil de propina da construtora Odebrecht para a campanha eleitoral quando disputou uma vaga na Câmara de Vereadores de Salvador, em 2012. A acusação foi feita pelos ex-executivos da empreiteira, André Vital e Benedicto Barbosa. Segundo os delatores, houve pagamento indevido com pretexto de doação à campanha eleitoral. Os R$ 90 mil teriam sido pagos em duas parcelas, nos valores de R$ 70 mil e R$ 20 mil, no escritório da companhia Odebrecht em Salvador.
Em 2016, Geraldo se reelegeu vereador com 13.685 votos. No mesmo ano, no mês de dezembro, ele se licenciou do cargo para ocupar a secretaria municipal na capital baiana. Geddel Outro explicitado nas investigações foi ex-ministro Geddel Vieira Lima, suspeito de receber R$ 3,6 milhões de propina da construtora Odebrecht entre os anos de 2007 e 2010, quando estava à frente do Ministério da Integração Nacional, durante o governo Lula. A acusação foi feita pelo ex-executivo da empreiteira João Pacífico.
Segundo Pacífico, o repasse a Geddel foi registrado no sistema da Odebrecht que controlava pagamentos não declarados. Ainda conforme a delação, no esquema, o político baiano era identificado como “Babel”. Um dos motivos apontados para o pagamento, segundo o delator, foi a ajuda de Geddel para o pagamento referente a um contrato da empreiteira com a prefeitura da capital baiana, à época.
Conforme o delator, Geddel começou a pedir recursos com a proximidade das eleições de 2008. Pacífico afirmou que os recursos não eram todos para o ex-ministro, mas também para o PMDB da Bahia. Na última sexta-feira (14), Geddel disse que a acusação é “desavergonhada mentira”. E disse ainda, que, na Justiça, demonstrará que essa delação é “obra de ficção científica”. No entanto Geddel foi citado por cinco delatores da Odebrecht. Por ordem do ministro Edson Fachin, as menções foram enviadas para análise da Justiça Federal na Bahia e no Piauí, já que ele não tem foro privilegiado. Jornal da Chapada com informações de G1BA e Bocão News.