“PSDB e PMDB estão juntos nesse mar de lama da corrupção, essa que é a grande verdade. Esse é o mecanismo para salvar o senador Aécio Neves. Se não continuar no governo, o PMDB cassa o mandato dele no Senado, por isso que estão juntos até o final”. A fala é do deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), que foi incisivo ao dizer que o PSDB permanece na base da gestão de Temer “para voltar às suas origens”. Na última terça-feira (13), o parlamentar baiano usou a tribuna da Câmara dos Deputados e lembrou que o PSDB é composto por dissidentes do PMDB. “Os dois partidos têm o mesmo DNA. Alguns membros tucanos saíram do PMDB para fundar um novo ninho. Basta lembrar que o PMDB ficou no governo Dilma até onde teve oportunidade e foi conveniente, depois abandonou o barco. Com o PSDB vai ser a mesma coisa, tem a mesma matriz. Daqui a alguns dias, vai abandonar o barco também”, ironiza.
Assunção acredita que quando sair a delação do doleiro Lúcio Funaro onde, segundo informações, todo o núcleo do PMDB estará envolvido, será tarde para qualquer partido abandonar Temer. O petista baiano diz também que a alegação dos tucanos para permanecer na base do governo federal não foi novidade e que novos fatos surgirão. “Para o PSDB, malas de dinheiro de propina toda a semana não são nada, tem que ter novos fatos para o partido deixar a base do governo golpista. Ou seja, é preciso de mais malas de dinheiro, ter mais denúncia e fatos para fazer oposição ao governo”. Com a não cassação da chapa Dilma-Temer, Valmir aponta que já tem políticos dizendo que Temer fica até 2018 na gestão.
“Isso é subestimar a força do povo. Eu sei que o povo não vai aceitar conviver com essa situação de desemprego e miséria, acabando com as políticas sociais, acabando com os direitos da classe trabalhadora e o governo envolvido em todo tipo de corrupção. Por isso, a população tem ido às ruas para pressionar e tirar o governo golpista”, aponta. Assunção convoca ainda para a greve geral do dia 30 de junho. Ele aponta que o movimento tem ganhado força e que os sindicatos, grupos sociais e populares vão realizar um ato ainda mais expressivo. “Isso é um processo crescente de mobilização no país. Tenho certeza que todas as centrais sindicais, homens e mulheres que lutam por democracia neste país não vão apoiar esse governo”.