A eminente votação na Câmara dos Deputados para a admissibilidade ou não da denúncia de crime de corrupção passiva contra o atual presidente da República, Michel Temer (PMDB), tem exposto as negociações do chefe do Executivo e escrito uma página da história com uma conjuntura política frágil. Nesta segunda-feira (31), o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) disse que o panorama da política no país é inédito, onde um presidente com pouco mais de 2% de aprovação popular coordena uma série de reformas que afeta diretamente os trabalhadores brasileiros.
“Não é possível que não terão 342 deputados federais que sejam a favor da denúncia contra esse presidente golpista com menos de 2% de aprovação popular. Se a denúncia não for aceita, confirma que esse Congresso não representa o povo e a solução para isso é eleição direta imediatamente para todos os cargos. Temer tem reprovação do povo e provas concretas, mas tem maioria no Congresso. É um absurdo isso, uma conjuntura que humilha o povo e coloca poderes nas mãos desse presidente ilegítimo”, salienta Valmir Assunção.
A denúncia contra Temer está prevista para ser apreciada nesta quarta-feira (2) na Câmara dos Deputados e a oposição segue ampliando o discurso pela admissão da denúncia. “Vamos levar os problemas estruturais para o centro do debate e mostrar que esse governo não se sustenta e que a única saída é, sem dúvida alguma, a eleição direta. O povo precisa decidir o que é melhor para ele. Os trabalhadores precisam ser ouvidos, não adianta fazer reforma para beneficiar os empresários e deixar a população mais pobre desse país vulnerável, nas mãos de patrões que só pensam no lucro”.