Somente no Brasil, são 1.240 cursos superiores de Direito. Esse número supera a soma total de faculdades de Direito no mundo todo, que chega a 1.100 cursos. Os dados divulgados pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) surpreendem e apontam para a necessidade cada vez maior de cuidado na formação e preparação para que os formandos possam aproveitar as oportunidades do mercado de trabalho.
Para Lucas Carapiá, advogado criminalista e professor de Direito Processual Penal na Unijorge, o momento é de destaque para carreiras na área, devido às operações de combate à corrupção. “A necessidade da realização de consultoria, gestão de riscos, planejamento jurídico, análise jurídica prévia e compliance em relação às atividades empresariais é algo que ficou bastante evidente recentemente e esse cenário tem provocado uma busca por profissionais qualificados nesse segmento”, acredita.
Lucas cita como exemplo o crescimento as legislações anticorrupção e os programas de integridade no Brasil, com interferência direta nos âmbitos dos Direitos Administrativo e Criminal. Além disso, o professor informa que, atualmente, o mercado de trabalho tem absorvido muitos profissionais nas áreas Trabalhista e de Relações de Consumo, e alerta que essa demanda é cíclica, ou seja, varia de acordo com o tempo.
Diferenciais
Com a grande quantidade de cursos superiores de Direito, Carapiá cita alguns pontos necessários a serem observados seja por quem já está numa graduação, ou por quem deseja iniciar o curso. “É fundamental escolher um curso de qualidade, que permitirá construir bases profundas de conhecimento. Além disso, o profissional do Direito precisa continuar buscando se atualizar e especializar dentro e fora do seu âmbito de atuação tradicional”, destaca o professor. Ele traz itens como realizar cursos de Pós-graduação e Extensão, falar outro idioma e se preparar para a utilização da tecnologia, além de ter conhecimentos sobre gestão e empreendedorismo e ser um sujeito ético e socialmente engajado.
“Movimento igualmente importante para a pessoa formada em Direito é ser criativa e saber se reinventar, especialmente diante das rápidas e significativas mudanças que a contemporaneidade apresenta”, declara Lucas. Ele diz que o grande problema é que muitos profissionais do Direito limitam-se a atuar em relação aos mesmos conflitos e utilizando apenas os meios tradicionais de intervenção, enquanto o mercado clama por profissionais diferenciados.