As medidas anunciadas pelo governo de Michel Temer (PMDB) em privatizar a Casa da Moeda, a Eletrobras e até a Amazônia deixaram os deputados das bancadas de oposição e situação estarrecidos. Na oposição, uma série de ações são programadas e envolve tanto os deputados como senadores. Nesta sexta-feira (25), o deputado federal baiano Valmir Assunção (PT) repudiou as ofensivas para o que chamou de “leilão do Temer”. Para Assunção, as medidas são um retrocesso para a economia e soberania do país. “Ao invés de fortalecer as nossas empresas e instituições, estamos tentando vendê-las. Isso é inadmissível, depois do golpe regredimos muito e já ultrapassou todos os limites. Voltaram a leiloar o Brasil e agora colocaram ainda a Amazônia no meio, fonte de riqueza inestimável do planeta. Temos de voltar a cuidar dos nossos”, dispara o parlamentar.
Com diversas ações contra o governo Temer, Assunção se uniu ao manifesto das bancadas do PT na Câmara e no Senado contra as privatizações. Os políticos oposicionistas devem apresentar, na próxima semana, várias atividades elaboradas contra as medidas. “Vamos convocar todos os ministros envolvidos e solicitar que o Tribunal de Contas da União [TCU] acompanhe todo o processo. Não podemos achar razoável que a venda de várias empresas públicas seja tratada de forma tão superficial. Inclusive uma de fundamental importância que é a Eletrobras”, destaca. Esse pacote de privatizações de Temer deve envolver os ministros de Minas e Energia, da Secretaria-Geral da Presidência, da Fazenda, do Planejamento, dos Transportes, da Ciência e Tecnologia e o presidente do Banco Central.
“Todos precisam esclarecer os motivos da venda de ativos ou empreendimentos, como a Eletrobras e a Casa da Moeda. Não podemos tratar as questões dessa forma. Temer vem tratorando todos os projetos sem debater com ninguém. O povo deve ser consultado, é o futuro dele que está em jogo. Até o nosso patrimônio ambiental está sendo leiloado. É uma vergonha! Levar a Casa da Moeda para outro país? Isso é um afronto à soberania”, completa. Ainda nas atividades das bancadas petistas da Câmara e do Senado, os parlamentares vão cobrar esclarecimentos do governo federal a respeito da extinção, por meio de decreto, da Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca) – uma área de proteção com cerca de 47 mil quilômetros quadrados na divisa dos estados do Pará e do Amapá.