A proposta de utilização da Base de Alcântara no Maranhão, para lançamento de satélites americanos e de outras nações feita pelo Brasil ao governo dos Estados Unidos está sob análise do Departamento de Estado há dois meses. Essa negociação começou há mais de 15 anos e sofreu um revés com a rejeição do acordo original pelo Congresso brasileiro em 2001, sob o argumento de que os termos violavam a soberania nacional.
O embaixador do Brasil em Washington, Sergio Amaral, disse que a proposta foi revisada pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann, e enviada ao Departamento de Estado. “O acordo não passou em nosso Congresso porque, talvez, fosse um procedimento mais intrusivo que o justificável para a proteção da propriedade intelectual da informação e dos equipamentos que são sensíveis”, afirmou o diplomata. A negociação com os Estados Unidos foi retomada com a posse de Michel Temer (PMDB).
O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Michael McKinley, observou que as exigências americanas de segurança e proteção de informações continuam as mesmas. Mas ressaltou que “agora é um momento novo e um momento de avaliação das propostas feitas. Temos que esperar a avaliação”. Os dois diplomatas participaram de plenária anual do Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos, em Washington. Ambos disseram não saber quando o processo de análise será concluído.
“Ninguém questiona a proteção da informação, da tecnologia e dos equipamentos, mas questiona o grau de interferência no processo de lançamento dos foguetes”, ressaltou Amaral. O embaixador disse ainda que o acordo é importante não apenas para permitir lançamentos de todos os equipamentos que tenham tecnologia americana. Jornal da Chapada com as informações de Isto É.