Com quase 565 mil quilômetros quadrados, áreas de floresta tropical, caatinga e cerrado, além de ser o estado com a maior faixa litorânea do Brasil, a Bahia tem 70% da sua extensão territorial localizados no semiárido brasileiro. Para melhorar o trabalho conjunto entre as defesas civis do Estado e dos 417 municípios e aprimorar o sistema de informação entre as instituições, dando maior segurança aos baianos neste ambiente de diversidade, além dos grandes centros urbanos, a Superintendência de Proteção e Defesa Civil (Sudec) promove, nestas segunda (13) e terça-feira (14), o 1º Encontro Estadual de Proteção e Defesa Civil. Com o tema ‘Construindo uma Bahia Resiliente’, o encontro acontece no auditório da Secretaria de Agricultura (Seagri), Centro Administrativo (CAB), das 9h às 17:30h.
Roberval Meira é prefeito de Dom Basílio, município do Sudoeste da Bahia. Segundo ele, a região está sofrendo com a seca e tem tido o apoio incondicional do Governo do Estado, que disponibiliza recursos para a contratação de carros pipa. “Mas o grande apoio foi no projeto da adutora que vai trazer água de Livramento para Dom Basílio, que já foi aprovado pela Defesa Civil e só está aguardando recursos do Ministério da Integração”. Meira diz que “a defesa Civil já virou a família de Dom Basílio. A gente fica impressionado com a rapidez do atendimento, as pessoas já nos conhecem pelo nome. Nós estamos fazendo um trabalho conjunto e por isso acreditamos que vamos superar esse momento de crise, de falta de água no município”.
O município de Prado, no sul da Bahia, vive um drama bem diferente, a erosão marítima. O secretário de administração da cidade, Luis Vicente Dupin Júnior, diz que o avanço do mar se intensificou muito de 2013 para cá. “A gente teve dois empreendimentos muito importantes afetados, um deles, de turismo, fechou. As barracas do centro da cidade estão ameaçadas e afetadas pela erosão e o município não tem como fazer nada porque os custos são muito altos. Como a cidade é basicamente turística, isso afeta toda a economia, comércio, os serviços, todo o nosso movimento”.
Dupin afirma que a Defesa Civil está ajudando a superar o problema. “Nós conseguimos, com o apoio da Defesa Civil, decretar estado de emergência. Eles estão fazendo o acompanhamento, e estamos terminando um projeto e contratando uma empresa para fazer o estudo oceanográfico para buscar recursos. A gente tem sido muito bem recebido, temos sido orientados sobre como proceder, quais caminhos seguir, como também no reconhecimento do decreto. Isso tem sido muito importante para superar essa dificuldade”.
Comunicação aprimorada
Coordenador adjunto da Defesa Civil do Estado, Vitor Gantois, informa que o órgão mantém contato direto com todas as secretarias do Governo do Estado. “A Defesa Civil é um órgão articulador de ações emergenciais nos municípios e temos um tratamento prioritário nas demandas emergenciais, não encontramos nenhum tipo de dificuldade”. Segundo ele, atualmente há na Bahia 215 municípios em situação de emergência por causa da seca e da estiagem.
“Esse é o nosso maior problema, que se reflete na produção agropecuária e agrícola. Desde 2012, quando essa estiagem está mais forte, nós estamos promovendo ações como limpeza de aguadas, perfuração de poços, distribuição de cisternas, em parceria com a Secretaria de Infraestrutura Hídrica, e temos também a operação de carros pipa em parceria com o Governo Federal”, afirma Gantois.
Já no extremo-sul, segundo o coordenador adjunto, o problema da erosão marinha também está sob observação da Defesa Civil. “Estamos fazendo uma parceria com a Secretaria de Meio Ambiente para um estudo integrado que vai proporcionar um convívio com esse problema. O nosso trabalho é de promover o convívio, já que não é possível combater alguns elementos da natureza. Por isso o tema deste encontro é justamente a resiliência. Este encontro vem discutir uma Bahia resiliente”.
Gantois diz que o objetivo do encontro é preparar os coordenadores das defesas civis e prefeitos para as situações de emergência. “Eles estarão mais preparados para enfrentar as situações, saberão como decretar uma situação de emergência, a questão dos planos de contingência que o estado necessita. E nós estamos, através do corpo técnico, prontos para ajudar a população da Bahia”. As informações são da Secom.