O deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) demonstrou, nesta quarta-feira (30), sua indignação e estarrecimento com o que considerou de “injustiça” o impedimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de participar do velório e do enterro do irmão Genival Inácio da Silva, mais conhecido por ‘Vavá’. De acordo com Valmir, setores do Poder Judiciário no país cercearam um direito fundamental de Lula. Vavá morreu nesta última terça-feira (29) em decorrência de câncer no pulmão e os familiares aguardavam o ex-presidente para ele prestar sua última homenagem ao irmão.
“Talvez seja a primeira decisão do STF [Supremo Tribunal Federal] para que um corpo visite um preso. A desumanidade permanece neste caso de Lula. A família teria que deslocar ‘Vavá’ a uma unidade militar, quando o enterro estava marcado para 13h. A Justiça escancara o caráter político da prisão de Lula”, diz Valmir. A assessoria do Instituto Lula confirmou nesta tarde que o ex-presidente não deixará a prisão para se reunir com familiares em uma unidade militar de São Bernardo do Campo, pois Genival Inácio da Silva já tinha sido sepultado. “Não posso fazer nada porque não me deixaram ir. O que posso fazer é ficar aqui e chorar”, disse Lula em suas redes sociais.
Para Assunção, a “perseguição ao ex-presidente tomou rumos alarmantes”. Ele utiliza dados da defesa de Lula e aponta que o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal, agora conduzida pelo ex-juiz da Lava Jato e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, não conseguiram assegurar os direitos mínimos estabelecidos na Lei de Execução Penal (Lei 7.210/1984). “Chegaram até a fazer uma adaptação tosca dessa lei. Uma justificativa chula para manter o ex-presidente preso e sem seus direitos”, completa.