O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não foi a São Bernardo do Campo para se encontrar com familiares após o enterro de seu irmão Genival Inácio da Silva, o ‘Vavá’, que faleceu em decorrência de câncer no pulmão na última terça (29). O próprio ex-presidente teria comunicado seus advogados após tomar conhecimento de que seu irmão já tinha sido enterrado. “O presidente Lula gostaria de participar do enterro e se despedir do seu querido irmão. É claro que ele também quer se encontrar com a família, mas para isso vai ter outra oportunidade”, disse Okamotto.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, acolheu parcialmente o pedido da defesa de Lula e havia autorizado que o ex-presidente se deslocasse para uma unidade militar na região do ABC, em São Paulo, para se encontrar familiares. Segundo a Agência Brasil, a liminar do presidente do STF foi proferida cerca de 30 minutos antes do sepultamento, que ocorreu por volta das 13h, no Cemitério Pauliceia, em São Paulo.
A defesa do ex-presidente recorreu ao STF depois que a juíza federal Carolina Lebbos, da 12ª Vara Criminal em Curitiba, rejeitou o mesmo pedido, na madrugada desta quarta. A decisão foi confirmada pelo desembargador federal Leandro Paulsen, do Tribunal Regional Federal (4ª Região). No despacho, a juíza entendeu que a decisão final cabe à Polícia Federal (PF), que alegou dificuldades logísticas para realizar a viagem.
Com a morte do irmão Vavá, o ex-presidente Lula vive pela segunda vez a experiência de estar preso no momento da morte de um familiar de primeiro grau. Em 1980, quando foi preso pelo Dops – órgão de repressão da ditadura militar, que naquele momento estava em seus anos de abertura – Lula foi liberado pelo delegado Romeu Tuma para ir ao velório e ao enterro de sua mãe, Dona Lindu.
Coletiva de imprensa da defesa de Lula
Enterro do irmão do ex-presidente