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Brasileiro e sul-africano apresentam trilha sonora criada para peça com base em Bertolt Brecht

O compositor Neo Muyanga, da África do Sul | FOTO: Divulgação/Lambro |

“E se Brecht fosse negro?”. Esta pergunta é o fundamento do espetáculo “Black Brecht”, dirigido por Eugênio Lima, que está em Salvador para trabalhar na composição da trilha sonora da montagem, encenada pelo coletivo Legítima Defesa e que estreará em abril em São Paulo. Ao seu lado para esta empreitada de pesquisa e direção musical, ele tem o compositor Neo Muyanga, da África do Sul, atual residente do Programa de Residência Artística Vila Sul do Goethe-Institut Salvador-Bahia.

Os dois vão produzir em imersão ao longo de uma semana e, no sábado, 16 de fevereiro, às 15h, apresentarão ao público um ensaio aberto, com demonstração das composições e bate-papo sobre o processo criativo, no Teatro do Goethe-Institut, com entrada gratuita e classificação livre. A musicista baiana Suyá Nascimento e o músico paulista Luan Charles farão participação no evento.

Lima e Muyanga possuem uma relação criativa de longa data e este projeto começou após uma residência do brasileiro na África do Sul. “Black Brecht” parte da elaboração poética e política da imagem da negritude, seus desdobramentos sociais históricos e seus reflexos na construção da “persona negra” no âmbito das linguagens artísticas, com base na obra de Eugen Bertolt Friedrich Brecht, dramaturgo, poeta e encenador alemão do século XX, cujos trabalhos influenciaram profundamente o teatro contemporâneo.

Eugênio Lima e Neo Muyanga
Pernambucano radicado em São Paulo, Eugênio Lima é membro-fundador do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos e da Frente 3 de Fevereiro, diretor e fundador do coletivo Legítima Defesa e sound designer do coletivo JUANITA. DJ, MC, ator, pesquisador da cultura afro-diaspórica, é também professor de sonoplastia da Escola SS de Teatro e apresentador do programa Vitrola Livre da Rádio UOL.

Neo Muyanga, da África do Sul, cresceu cantando em coros tradicionais locais. Mais tarde, se mudou para Trieste, na Itália, para prosseguir nos estudos da tradição madrigal italiana. Atualmente, seus interesses de pesquisa e performance estão no estudo da estética da música de protesto em todo o sul global. O foco particular é no teatro musical e na ópera, como uma prática política e marginal dentro da comunidade negra na África do Sul.

Em 1996, Muyanga fundou, com Masauko Chipembere, a dupla acústica de soul BLK Sonshine, reunindo seguidores em toda a região sul da África e outras partes do mundo, com seus lançamentos no topo das paradas “Born in a taxi” e “Building”.

Ele compõe óperas de câmara, peças e obras musicais para conjuntos grandes e mistos, empregando uma estética sincrética que, ao mesmo tempo, faz referência aos modos tradicionais de música Basotho e Zulu, free jazz e música barroca ocidental. Ele e o editor Ntone Edjade cofundaram a Pan African Space Station – uma plataforma de música ao vivo e um portal de streaming que hospeda e exibe música e arte de vanguarda do continente africano e da diáspora. As informações são de assessoria.

PROJETO BLACK BRECHT – SONORIDADES
Ensaio aberto | Demonstração de composições e bate-papo sobre processo criativo
Com: Eugênio Lima e Neo Muyanga
Participação: Suyá Nascimento e Luan Charles
Quando: 16 de fevereiro (sábado), 15h
Onde: Teatro do Goethe-Institut Salvador-Bahia
(Av. Sete de Setembro, 1809, Corredor da Vitória)
Quanto: Gratuito
Classificação indicativa: Livre

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