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Celebração ao golpe de 64 é considerada por Valmir “como desprezo de Bolsonaro pela democracia”

Conforme o deputado, se passaram 55 anos que o golpe aconteceu e muitas das sequelas ainda são sentidas | FOTO: Divulgação/Luis Macedo |

O deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) se indignou ao saber das ‘comemorações’ em alusão ao golpe militar de 1964 liberadas pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL). Nesta quarta-feira (27), Assunção disse que essa medida do chefe do Executivo nacional é uma “falta de respeito” com os familiares que perderam seus entes queridos para a Ditadura Militar e que a “proposta é mais um meio para se tirar o foco dos assuntos importantes que massacram o governo federal atualmente”. “Ao ordenar a comemoração do golpe de 64, Bolsonaro demonstra seu completo desprezo pela democracia. É preciso, no dia 31 de março, ser solidário às famílias dos desaparecidos; dos que foram torturados e mortos pela ditadura. Não podemos entrar em guerra de quem é contra ou a favor ao golpe de 64 ou se reconhece ou não, é um fato histórico, isso não pode mudar”.

Conforme Valmir, se passaram 55 anos que o golpe aconteceu e muitas das sequelas ainda são sentidas. Famílias destroçadas, dados que apontam o alto nível de corrupção e ‘entreguismo’, além das medidas de censura que transformaram o Brasil em um local difícil de viver. “É como se a Alemanha comemorasse o holocausto. E tenho por mim que Bolsonaro só quer mudar o foco das coisas, já que faz tanta besteira no governo que precisa se explicar a todo o momento. Todos os ministros entregando nossas riquezas para o capital internacional. Ele tenta mudar o foco de tudo que vai para sua responsabilidade. Foi assim quando saiu a pesquisa como pior presidente avaliado da história, a prisão de [Michel] Temer, a briga com o presidente da Câmara [Rodrigo] Maia, e a reforma da previdência – que segue engasgada no Congresso”.

Valmir também criticou o fato de Bolsonaro não reconhecer a palavra ‘golpe’ e ter aprovado mensagem para ser lida em quartéis e guarnições militares no próximo dia 31 de março, mas não estará presente, já que cumprirá agenda em Israel no mesmo período. “É típico dele passar esses vexames. Ele deveria ficar aqui no dia para elevar sua vergonha. Quer dizer que ordena as comemorações, mas não participa delas? Deve participar via Twitter”. O golpe de 64 é reconhecido historicamente. Foi quando os militares derrubaram o então presidente João Goulart e instalaram um regime controlado pelas Forças Armadas, que perdurou por 21 anos (1964-1985) no país como uma ditadura militar.

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