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Atividade de fungos na Chapada Diamantina é tema de defesa de dissertação de mestrado na Ufba

A pesquisa na região também avaliou o potencial das águas escuras no processo de decomposição | FOTO: Montagem do JC/Acervo Pessoal |

‘As águas pretas afetam a atividade dos fungos decompositores hifomicetos aquáticos?’. Esse é o título da dissertação de mestrado da jovem Juliana Almeida. Ela defendeu sua tese nesta quinta-feira (28) na Universidade Federal da Bahia (Ufba) e foi aprovada. Seu trabalho foi realizado nos córregos de cabeceira do município de Mucugê, na Chapada Diamantina. Esse estudo avaliou os processos ecológicos que acontecem no bioma que é o Cerrado baiano. A pesquisa na região também avaliou o potencial das águas escuras no processo de decomposição – que acontece nesses riachos de primeira ordem -, uma vez que, são grandes responsáveis por carrearem energia e nutrientes para as demais ordens de rios até desembocar nos estuários. Esses considerados o berço da diversidade de fauna aquática.

“O objetivo do trabalho é entender o funcionamento desse ecossistema para a preservação das nascentes. E as nascentes da região da Chapada Diamantina são ambientes únicos e ações de preservação dos outros tipos de riachos não se aplicam. O processo é bastante diferente como, por exemplo, de uma nascente de Mata Atlântica. Logo, os manejos e as diretrizes de preservação de córregos de águas claras não se aplicarão em riachos de águas pretas”, afirma a mestranda. As águas da região chapadeira têm essa tonalidade bastante característica devido ao grande acúmulo de matéria orgânica no solo. Essa matéria orgânica advém em maior parte das folhas que concentram moléculas complexas como os ácidos húmicos.

“A coloração escura é devido ao acúmulo de matéria orgânica no solo e os resíduos de decomposição. Esses resíduos são moléculas de substâncias húmicas acumuladas que têm como consequência outros fatores como baixo pH, e baixa concentração de nutrientes”, completa a pesquisadora Almeida. Esse estudo faz parte do programa de pós-graduação em Microbiologia Ambiental, do Instituto de Biologia, no Laboratório de Microbiologia Ambiental sob orientação da professora doutora Medeiros.

Uma parte da pesquisa foi realizada com o apoio logístico do Parque Municipal de Mucugê – que abriga o Projeto Sempre Viva. A maior parte das pesquisas, no Instituto de Biologia, são realizadas na região da Chapada Diamantina por ser um bioma que ainda tem muito a ser descoberto tanto em relação a sua fauna e flora quanto a sua exuberância geológica fornecida pela da região.

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