Religiosos evangélicos foram denunciados de intolerância religiosa por membros do terreiro de candomblé Ilê Asé Oyá L’adê Inan, localizado no município de Alagoinhas, nordeste da Bahia. O grupo realizou um ato em frente ao local gritando frases como “Satanás vai morrer” e “Vamos invocar Jesus para fechar a casa de Satanás”, além de bater com uma bíblia na porta do terreiro. Os filhos de santo informaram que já registraram a ocorrência na Polícia Civil e também já procuraram o Centro de Referência de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa Nelson Mandela, da Secretaria de Promoção de Igualdade Racial do Estado (Sepromi) e o Ministério Público do Estado (MP-BA).
Segundo a denúncia, o caso ocorreu na noite da última segunda-feira (27), por volta das 23h30. Um dos membros do terreiro, o terapeuta holístico e orientador candomblecista Ed Silva, fez um relato sobre o ocorrido no Instagram e ainda postou um vídeo do momento em que o grupo estava realizando o ato em frente ao terreiro. “Acabamos de sofrer um ataque de Intolerância Religiosa em nosso Ilê Axé. Evangélicos na comunidade do Ferro Aço, Santa Terezinha, aqui em Alagoinhas – Bahia, por volta das 23:30h, hoje conhecido com Praça do Céu, atacaram nossa casa com palavras como “Satanás irá cair” e várias palavras de ordem direcionadas diretamente ao Candomblé”, destacou Ed.
Conforme o relato, a yalorixá do terreiro, Mãe Rosa de Oyá, de quem ele é afilhado, estava no local no momento do ocorrido. Ele disse que o vídeo que mostra o momento do ataque foi feito por vizinhos do terreiro. “Nossa Yalorixá, Mãe Rosa de Oyá, é uma pessoa honrada e sempre foi respeitada em toda a comunidade até o dia de hoje, porém é hipertensa e com mais de 60 anos de idade e presenciou em sua porta agressões que já limaram e estão limando pessoas e templos. Todas as medidas cabíveis estão sendo tomadas e não descansaremos até que os responsáveis recebam as devidas punições”, afirmou Ed.
Em outro vídeo postado por ele na rede social, Ed aparece ao lado de Mãe Rosa de Oyá, que fala sobre o caso. “Foi horrível, muito ruim. Fiquei nervosa, estou nervosa. Não tenho condições. Minhas pernas tremem até agora. Não tenho condições de falar nada, mas foi horrível”, disse a Yalorixá. Jornal da Chapada com informações de G1BA.