Em entrevistas concedidas na tarde desta segunda-feira (10), os editores do The Intercept Brasil, Glenn Greenwald e Leandro Demori, afirmaram que divulgaram apenas 1% do acervo obtido com os vazamentos de conversas de procuradores do MPF e do ex-juiz federal Sérgio Moro, considerado o maior da história do jornalismo. Greenwald ainda destacou que o material a ser revelado reforça a interferência de Sérgio Moro no trabalho do MPF.
“A gente não está divulgando o tamanho do arquivo, mas é maior que o arquivo Snowden. Só para vocês terem uma ideia, em uma das reportagens a gente fala de um dos grupos, que é dos procuradores da Lava-Jato em Curitiba, gerou 1.700 páginas de pesquisas. E tem centenas de grupos e conversas. Eu diria que a gente olhou 1% do material, é muita coisa”, disse Demori em entrevista ao programa Time Line, da Rádio Gaúcha, na tarde desta segunda-feira (10).
Demori comentou que as informações obtidas contemplam um período de 3 anos, bem no meio da Lava-Jato, e que agora o trabalho de filtragem continua. “Aparentemente, a gente está trabalhando com um menu de histórias. Estamos fazendo um pré-filtro, para ver se é de interesse público e se elas param em pé. O procurador ontem [9] falou que as conversas são descontextualizadas, negou veemente. O contexto está absolutamente claro, os chats são detalhados, extensos, com horários, com data. Não há dúvidas sobre o que eles estão falando. Agora estamos olhando para essas outras histórias”, afirmou o editor executivo do site.
Glenn Greenwald, um dos editores fundadores do veículo, deu entrevista aos jornalistas Breno Sabóia e Igor Mello do UOL também na tarde desta segunda-feira (10) e comentou sobre a afirmação de Moro de que o conteúdo estaria descontextualizado: “Temos mais materiais envolvendo o papel do Moro na Lava Jato, mostrando que ele é um chefe da força-tarefa, que criou estratégias para botar Lula e outras pessoas na prisão, e atuou quase como um procurador, não como juiz”.
Entre o material que pode estar por vir, estão conversas entre Moro e Jair Bolsonaro de antes da eleição presidencial. “Temos conversas que ainda não reportamos sobre o Moro estar pensando na possibilidade de aceitar uma oferta do Bolsonaro, caso ele ganhasse. Isso foi antes da eleição, acho que depois do primeiro turno”, disse Greenwald. As informações são do site Revista Fórum.
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Parte 3
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