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MAB emite nota e diz que “rompimento de barragem em Pedro Alexandre reforça falta de segurança dos atingidos”

Foto mostra como a cidade de Coronel João Sá, na Bahia, ficou após chuva forte e rompimento de barragem em cidade vizinha | FOTO: Reprodução/Studio Júnior Nascimento |

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O Movimento dos Atingidos por Barragens cobra planos de segurança para construção de barragem próximo da população | FOTO: Reprodução/Studio Júnior Nascimento |

A barragem localizada no distrito de Quati, município de Pedro Alexandre, no nordeste da Bahia, se rompeu parcialmente nesta quinta-feira (11) e o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) se manifestou por meio de nota. O MAB aponta para a falta de segurança na construção dessas estruturas, além de pedir planos de segurança para evitar tragédias em casos de rompimentos. “Infelizmente o Brasil sofre com mais um rompimento de barragem, reforçando o que o MAB tem denunciado com ênfase no último período. A população que vive próxima dos empreendimentos não está segura e nem ao menos conta com informações sobre as reais condições das estruturas”. O Ministério do Desenvolvimento Regional já enviou técnicos para o local (veja aqui) e o governador da Bahia, Rui Costa (PT), fará uma visita aos municípios nesta sexta (12) (leia aqui).

Segundo a Defesa Civil da região, a água se misturou com a terra formando uma espécie de lama que invadiu casas e deixou moradores ilhados. Não há informação sobre vítimas. A barragem foi construída pelo governo do estado, era de água salobra, e utilizada para pesca. A água já chegou ao município de Coronel João de Sá, onde centenas de pessoas tiveram que abandonar suas casas, na beira do Rio Peixe, divisa com Sergipe. A falta de fiscalização das barragens no país é um problema grave, que coloca vidas em risco, e é materializada em ocasiões de rompimento como a que ocorreu nesta quinta-feira (11) no distrito de Quati e em tantas outras, como Mariana e Brumadinho (MG).

Confira mais imagens sobre o incidente

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Para o MAB, “devido às condições de não monitoramento, as barragens brasileiras são como ‘bombas-relógios’. A barragem que estourou na Bahia não estava listada oferecendo risco, assim como as barragens de Minas Gerais que mataram tantas pessoas e destruíram dois rios, o Doce e o Paraopeba”. O MAB reivindica a construção de Planos de Segurança locais, que possam dar conta de evitar tragédias em casos de rompimentos.

“Inclusive, no estado da Bahia, já foi solicitado uma Política Estadual de garantia de direitos das populações atingidas, até o momento sem avanços significativos. Entendemos também a importância da efetivação da Política Nacional de Direitos dos Atingidos [PNAB], aprovada recentemente na Câmara e que segue para debate no Senado” afirma o movimento. Com 20 anos de história, entre lutas e conquistas, o MAB atua em defesa da vida e do meio ambiente. “É um absurdo que rompimentos de barragens tenham se tornado tão frequentes e tratados pelas autoridades de forma banalizada” completa.

Confira vídeo divulgado

Entenda o caso
Duas rachaduras na Barragem do Quati, no curso do Rio do Peixe, no povoado de Pedro Alexandre, na divisa da Bahia com Sergipe, causaram inundações de áreas e bairros do município de Coronel João Sá, a 30 km da barragem. De acordo com o superintendente da Defesa Civil da Bahia, Paulo Luz, de ontem [quarta] para hoje [quinta] a região foi afetada por chuva de mais de 100 mililitros.

“Isso causou rompimentos de pequenas barragens que acabaram por afetar a Barragem do Quati”, explicou o superintende à EBC. Segundo Paulo Luz, o volume de água provocou rachaduras no sangradouro e em uma extremidade da ombreira. “A preocupação é que não venha provocar rompimento total da barragem”. A defesa civil já iniciou a retirada de famílias das áreas mais próximas à barragem.

Por conta da quantidade de lama, as estradas estão intransitáveis, o que dificulta os atendimentos pelos órgãos à população | FOTO: Divulgação/PRF |

“Uma rua inteira está sendo evacuada, provavelmente será atingida, pois praticamente será o percurso da água”, confirmou nota da Guarnição da unidade do 15° Batalhão do Corpo de Bombeiros de Paulo Afonso. Segundo os bombeiros e a defesa civil, não há até o momento registro de vítimas. O prefeito de Coronel João Sá, Carlinhos Cabral, fez apelo pelas redes sociais para que as pessoas que vivem em áreas que podem ser afetadas deixem urgentemente suas residências.

“Eu peço que saiam de suas casas, peguem seus documentos pessoais, peguem objetos de valor (…) A gente ainda não sabe as consequências, é melhor prevenir”, disse em vídeo postado em rede social. O prefeito divulgou número de emergência para mensagens de WhatsApp: (75) 999 873 419. Jornal da Chapada com informações de assessoria e da Agência Brasil.

Imagens da rodovia interditada

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