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Primeiro dia da ‘Caravana da Resistência’ reafirma luta por reforma agrária e ‘Lula Livre’

A caravana percorre a Bahia, Sergipe e Pernambuco, levando debates sobre a reforma agrária, os desafios frente aos ataques à previdência rural, além de denunciar a prisão política do ex-presidente | FOTO: Jonas Santos |

Atos públicos e visitas a produções agroecológicas de acampamentos Sem Terra marcaram o primeiro dia da ‘Caravana da Resistência’ nesta quarta (31). Organizada por parlamentares integrantes do Núcleo Agrário do PT, em parceria com a Liderança da sigla na Câmara, a caravana percorre a Bahia, Sergipe e Pernambuco até esta sexta (2), levando debates sobre a importância da reforma agrária, os desafios frente aos ataques à previdência rural, além de denunciar a prisão política do ex-presidente Lula.

“Conhecemos a produção do acampamento Abril Vermelho, organizado pelo MST, em Juazeiro. Mesmo ameaçados de despejo desde 2012, os acampados produzem uma variedade de frutas e legumes em 1.700 hectares, dentro do perímetro irrigado do Salitre. A produção emprega não somente as famílias acampadas, mas também pessoas da região. Se sem políticas públicas eles fazem tudo isso, imaginem com o devido incentivo?”, explica o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA).

O líder da Bancada do PT na Câmara, Paulo Pimenta (PT-RS), lembrou da Caravana pelo Nordeste, com a presença de Lula. Ainda na região de Juazeiro, a caravana foi até o Centro de Formação Dom José Rodrigues, onde recebeu manifestações em defesa de políticas de convivência com o semiárido. O centro faz parte do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA). Os parlamentares seguiram para Uauá, onde fica a Copercuc – uma cooperativa de agricultores familiares que integra 271 cooperados de Canudos, Uauá e Curaçá. Programas como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) foram fundamentais para a consolidação da cooperativa.

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A memória em Canudos
A caravana também passou pelo Parque Estadual de Canudos, palco da histórica guerra de Canudos. Acompanhados pelos dirigentes nacionais do MST, Liu Durães, Evanildo Costa e Alexandre Conceição, os deputados conheceram os cenários do que antes era o arraial de Belo Monte, liderado por Antônio Conselheiro e massacrado pelas forças da monarquia, apoiado por latifundiários que já não aceitavam a autorganização camponesa. De acordo com o deputado João Daniel (PT-SE), coordenador do Núcleo Agrário do PT na Câmara, a elite brasileira construiu um açude para apagar a memória de Canudos. “Hoje, só é possível ver as ruínas quando o açude está mais seco”, lembrou.

No entanto, inspirados na resistência de Belo Monte, 160 famílias Sem Terra ocupam desde 2013 uma área próxima ao parque, que pertencia ao ex-deputado Severino Alves. Nesta quinta (1º), a caravana estará em Paulo Afonso (BA), onde participará de atividades com sindicalistas da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf). No período da tarde, os parlamentares viajam para Sergipe, onde realizam debates em Canindé do São Francisco, Poço Redondo e Nossa Senhora da Glória.

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