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Chapada: Vítima de assalto a ônibus na BR-242, entre Itaberaba e Rafael Jambeiro, fala sobre momentos de agonia

Os assaltos são constantes na região e têm deixado muita gente apreensiva | FOTO: Montagem do JC/Chapada News |

Na última terça-feira (21), uma das vítimas do assalto que ocorreu na noite do último domingo (18), quando os passageiros de um micro-ônibus foram surpreendidos por homens armados que anunciaram um assalto, na BR-242, no trecho da rodovia entre os municípios de Itaberaba e Rafael Jambeiro, relatou os momentos de horror vivenciados naquela noite. Os assaltos são constantes na região e têm deixado muitas pessoas apreensivas, principalmente que trafega quase que diariamente na estrada que dá acesso a diferentes municípios baianos.

“Estávamos na estrada, a maioria das pessoas acordada, devido aos buracos. Em um certo momento vimos várias carretas paradas com o sinal de alerta acionado. Quando chegamos bem perto, o motorista falou que era um assalto. Neste momento o motorista parou e deu marcha ré. Mas nesse momento o primeiro assaltante já veio em nossa direção mandando parar e já atirando. O motorista manobrou o micro-ônibus e parou. Não demorou muito o assaltante veio em direção a janela do motorista gritando e batendo com a arma no vidro para abrir a porta. O motorista respondeu que a porta estava aberta e o bandido anunciou o assalto. Depois de chamar o comparsa, ele retornou para dentro do ônibus e pediu para todos descerem do veículo”, disse a vítima.

Vale lembrar que o primeiro assaltante estava com uma arma de menor calibre, já seu comparsa com uma maior. Continuando o relato, o passageiro contou que o primeiro assaltante foi em direção do motorista já pedindo a carteira e o celular. No banco ao lado do motorista, também viajava seu pai, o qual tem deficiência auditiva e dificuldade para andar. O motorista falou para o assaltante da situação de seu pai, mas a resposta foi a mesma, mandando descer e agredindo. Quando todos desceram do micro-ônibus, pediram para que todos deitassem no asfalto e começaram a fazer uma revista geral nos passageiros. “Em um certo momento, escolhia um e começava a bater, pegou o motorista e chutou a cabeça dele”, disse.

O passageiro disse que os bandidos abordaram um dos passageiros que tinha uma tatuagem no braço. Esse bandido num tom raivoso, apontou a arma na testa dele e gritou “Esse aqui é vagabundo, vai morrer agora”. “Na hora em que o ônibus parou, o primeiro assaltante já chegou pedindo carteira e celular. Assim que descemos do ônibus, deitamos e levantamos por algumas vezes. O segundo comparsa, de forma truculenta, fez o mesmo pedido. Aí respondemos que já tínhamos passados. Só que mesmo assim de forma truculenta, ele continuou pedindo as carteiras e os celulares”.

A vítima disse que em um dado momento o segundo assaltante estava batendo no motorista, aí foi em direção a um passageiro e começou a bater bastante. O primeiro assaltante pediu para não bater tanto. E o comparsa respondeu. “Tem que bater sim. Se não ele não dá o dinheiro”. “Depois de alguns minutos apareceu na pista um veículo de passeio, provavelmente com músicos que vinham das festa de Mucugê. Esse veículo parou e deu marcha ré. Não deu outra.Foi alvejado com vários tiros, parando rapidamente. Esses músicos que estavam no veículo, apanharam bastante”, disse o passageiro.

“Eles chegaram nos músicos pedindo o dinheiro do show. Mas os músicos responderam que o dinheiro ia ser depositado em conta. Aí os bandidos ameaçaram todos de morte. Aí que os músicos apanharam. Tinha momentos que os músicos gemiam de dor, e os bandidos falavam que não era pra gemer. Depois de bater nos músicos, um dos bandidos pegou um cavaquinho e começou a tocar para os passageiros. ‘Vocês gostam do quê? Querem ouvir o quê? Querem ouvir um pagodinho aí?’, falou um dos bandidos”.

Depois de uma hora de agonia, um dos bandidos gritou. “Vocês não vão sair daqui. Porque ali logo na frente tem outra equipe da gente, se alguém sair vai cair na bala todo mundo”. A equipe da frente estava realizando outro assalto a outro ônibus, que tinha cerca de 40 passageiros vindos também de Mucugê em direção à capital e trazia jornalistas, professores e outros profissionais que também retornavam da Fligê.

Ao final, os passageiros, em comum acordo com o motorista, decidiram seguir viagem, e durante um curto percurso observaram várias carretas abandonadas no acostamento da via. Por volta das 5h chegaram em Feira de Santana para registrar ocorrência e dar sequência a viagem. O passageiro que deu a entrevista falou que estava indo a Salvador, levar o seu filho de 9 anos em um tratamento. Apesar de ter apanhado, ouvir um disparo a poucos centímetros de seu ouvido, agradeceu a Deus por todos terem saído vivos dessa triste história. Jornal da Chapada com informações de Chapada News.

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