Pichações em ponto turístico do município de Morro do Chapéu, na Chapada Diamantina, indignaram internautas nos últimos dias. Em rede social, as imagens foram divulgadas pelo doutor em geologia, Ricardo Pereira Fraga. As fotos mostram o letreiro ‘Valéria Jacobina 2019’ próxima da Gruta dos Brejões. Ele alerta que a ação é crime previsto e detalha a lei de crimes ambientais (nº 9.605 de fevereiro de 1998). Ricardo Pereira é professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e criador do projeto Geoparque Serra do Sincorá
“Vamos compartilhar e encontrar a Valéria de Jacobina, para ensinar para ela que esse ato é feio, mal educado e até mesmo criminoso”, aponta Fraga. A lei aponta que “alterar o aspecto ou estrutura de edificação ou local especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial, em razão de seu valor paisagístico, ecológico, turístico, artístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou monumental, sem autorização da autoridade competente ou em desacordo com a concedida pena de reclusão de um a três anos, e multa”.
Em contato com o Jornal da Chapada, o também geólogo, Wolflan Pimentel, que trabalho com geoconservação na Chapada Diamantina, reforça a importância de se preservar a natureza e critica a pichação. “[Ricardo] descobriu [as pichações] na última semana, quando esteve na região realizando mapeamento geológico. Nós da área de geoconservação vemos muitos desses atos de vandalismo e nada é feito, precisamos unir forças em prol do meio ambiente e conscientizar a população do que é certo e errado a se fazer”.
Veja a publicação na internet
Na publicação de Ricardo Pereira, os internautas emitiram opiniões indignados com a ação. “Putz. Isso em pleno 2019, sob um evidente patrimônio geológico, que triste”, diz um dos comentários. “Quando eu era criança, meu irmão escreveu as iniciais do meu nome na parede da sala. Eu levei uma surra, e nunca consegui provar que não era minha a autoria. Provavelmente foi ela quem escreveu, mas será que realmente foi?”, questiona outra internauta.
“É muita presença de Deus no coração!”, ironiza outra pessoa. “O pior de tudo, é que tecnicamente fica muito difícil dela responder judicialmente, já que não houve flagrante e certamente apenas o nome dela escrito não seja aceito como prova. Talvez seja por isso que esse tipo de comportamento insano se propague. A impunidade”, critica um dos internautas.
Jornal da Chapada