Associações médicas produziram um protocolo ético e técnico e o encaminharam para ajudar os profissionais de saúde sobre os critérios para internação de pacientes com Covid-19 em leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Algumas cidades do Brasil já têm filas de espera por leitos de UTI em hospitais, a exemplo do Amazonas, Ceará, Rio de Janeiro e Pernambuco.
Para auxiliar os médicos, a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib) e a Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede) lançaram o “Protocolo de alocação de recursos em esgotamento durante a pandemia por Covid-19”, com uma tabela de critérios que devem ser observados na tomada de decisão.
O documento diz em sua primeira versão que em vez de capacidade funcional, era levado em conta a idade do paciente. Entretanto, uma revisão feita retirou o critério e resultou num relançamento do documento. “Compreendeu-se que este critério poderia ser discriminatório (e, portanto, inconstitucional) e que sua presença poderia comprometer a base de solidariedade que é característica da atenção em saúde” Protocolo da Amib e da Abramede sobre ocupação de leitos de UTI.
“É uma verdadeira escolha de sofia para decidir quem vai ou não”, disse um médico chefe de UTI. O documento diz que deve predominar um consenso de que “o princípio mais sólido é o de priorização de pacientes com melhores chances de benefício e com maiores expectativas de sobrevida”. “A recomendação é de que avaliações baseadas na subjetividade do julgamento clínico individual sejam evitadas, porque são mais sujeitas a vieses e ao uso inconsistente”, completa.
Veja os critérios abaixo:
1) Salvar mais vidas
Como é feito? Usando o escore Sofa (Sequential Organ Failure Assessment), que avalia uma série de parâmetros de dados vitais. Quanto maior essa pontuação, menor a chance de sobreviver (vai de 1 a 4 pontos).
2) Salvar mais anos de vida
Como é feito? Avaliando a presença de comorbidade grave com probabilidade de sobrevida inferior a um ano (caso isso ocorra, soma-se 3 pontos à conta).
3- Capacidade do paciente
Como é feito?
Por meio da escala de performance funcional Ecog (Eastern Cooperative Oncologic Group). Nesse caso, o paciente é avaliado em uma escala que vai de “completamente ativo” até “completamente incapaz de realizar auto-cuidados básico” (vai de 0 a 4 pontos). Em caso de empate de pontos, diz o protocolo proposto, deve ser usada a seguinte ordem de escolha: Menor pontuação do Sofa Julgamento clínico da equipe de triagem. Jornal da Chapada com informações do Uol.