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Terra indígena na Amazônia tem 94% de área declarada por fazendeiros; MP 910 é novo foco de embate entre Maia e Bolsonaro

Verdadeiras agrovilas foram erguidas em imensas clareiras | FOTO: Reprodução/Globo |

Nas matas que a reportagem do Fantástico mostrou, no último domingo (10), vivem alguns dos indígenas mais ameaçados do Brasil. São índios isolados, conforme apontam dois pareceres técnicos de expedições da Funai. Segundo os agentes, foram vistos indígenas altos e de cabelos longos, sem qualquer tipo de armas ou pinturas. O programa mostrou os pontos polêmicos da Medida Provisória (MP) 910, que trata da legalização de áreas públicas invadidas e desmatadas por particulares, que está tramitando no Congresso e tem de ser votada até o dia 19 para continuar valendo. Novo alvo das desavenças do presidente Bolsonaro com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

A terra indígena Ituna-Itatá, no Pará, embora ainda não tenha sido homologada, é uma área federal interditada, com restrição de uso desde 2011. Não é o que se vê de cima. Não é o que se vê de baixo. Alvo de três recentes megaoperações do Ibama, Ituna-Itatá foi a terra indígena mais desmatada do país em 2019. Foram 120 km² de floresta derrubada entre agosto de 2018 e julho de 2019, quase 30% do desmatamento de todas as terras indígenas na Amazônia no período. Verdadeiras agrovilas foram erguidas em imensas clareiras.

Para o Ministério Público, nenhum fazendeiro poderia estar ali. Celebridades, como a apresentadora Bela Gil e os atores Dira Paes, Shopie Charlotte e Daniel Oliveira também endossaram as críticas nesta segunda (11). “Ela [a MP] pretende regularizar ocupações ilegais em todo o país. Em especial, permite que criminosos, aquelas pessoas que desmataram a Amazônia e cometeram varios tipos de crime, fiquem com as suas área, pagando um preço bem menor do que é praticado no mercado”, diz o procurador Daniel Azeredo em vídeo publicado hoje. “A chance de aumentar o desmatamento aumenta muito”, acrescenta o procurador Julio Araújo. Jornal da Chapada com informações são do G1 e revista Veja.

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