*Por Joy de Utinga
Tempos estranhos e difíceis esses em que incorporamos ao cotidiano vocábulos não muito usuais, tais como distanciamento social, isolamentos vertical, e horizontal, contágio exponencial, toque de recolher, lockdown, saúde colapsada, múltiplas mortes e valas comuns. Temos como única certeza a incerteza, enquanto sonhamos com as palavras flexibilização, relaxamento e, ao menos, um “novo normal”.
Quando não temos respostas concretas diante de um inimigo novo, estranho, mutável, surpreendente e mortal, penso que o melhor a se fazer é unir forças, superar diferenças, adiar disputas, intensificar a solidariedade, alimentar a fé e seguir a ciência.
Nessa busca incessante pela tênue linha do equilíbrio entre vida e economia, resta-nos compartilhar tudo – opiniões, recursos, perdas e até mesmo a dor, já que está cada vez mais evidente não existir, ou ao menos não conhecermos, ainda, as respostas concretas e definitivas, nem mesmo sobre os sintomas clínicos da covid-19, que alteram-se a cada dia.
Diante do desconhecimento e das dúvidas e cônscio de que as decisões coletivas são mais assertivas que as individuais, sigamos unidos, adotemos decisões colegiadas e sob as orientações da ciência e busquemos, diariamente, a “sintonia fina” que nos conduza à travessia da pandemia da covid-19, mesmo porque uma nova crise mundial já nos aguarda ali à frente, a pandemia econômica. Tenhamos, porém, calma; como diz Leandro Karnal, “viva um dia de cada vez; tente, só hoje, não se desesperar”.
*Joy de Utinga é natural do povoado de Amparo (Zuca), que é dividido entre os municípios de Ruy Barbosa e Boa Vista do Tupim. Ele é casado, técnico em contabilidade, graduado em Administração, ex-servidor concursado do Ministério da Saúde e Baneb, aposentado pelo Banco do Brasil e prefeito de Utinga.