O Facebook retirou do ar na quinta-feira (18) posts e propagandas da campanha de reeleição do presidente americano Donadl Trump. A publicações, segundo a empresa, violavam as políticas da plataforma contra manifestações de ódio. Os anúncios mostravam um triângulo invertido vermelho com texto pedindo aos usuários do Facebook que assinassem uma petição contra a Antifa, um movimento antifascista vagamente organizado.
“Os nazistas usavam triângulos vermelhos para identificar suas vítimas políticas em campos de concentração. Usá-lo para atacar oponentes políticos é altamente ofensivo”, disse Jonathan Greenblatt, o CEO da Anti-Defamation League (Liga Anti-difamação, organização judaica americana que luta contra discriminação). Os anúncios do Facebook foram veiculados em páginas pertencentes a Trump e ao vice-presidente Mike Pence, e também apareceram em anúncios e posts orgânicos na página ‘Team Trump’.
“Nossa política proíbe o uso do símbolo de um grupo de ódio para identificar presos políticos sem o contexto que condena ou discute o símbolo”, disse um porta-voz da empresa no Facebook. “O triângulo vermelho invertido é um símbolo usado pela Antifa, por isso foi incluído em um anúncio sobre a organização”, disse Tim Murtaugh, porta-voz da campanha de Trump, em email à agência de notícias Reuters.
“Nós também reparamos que o Facebook ainda tem um emoji de triângulo vermelho invertido em uso, que parece exatamente o que usamos, por isso é curioso que eles foquem apenas esse anúncio. A imagem também não está incluída no banco de dados de símbolos de ódio da Liga Anti-Difamação”, complementou Murtaugh.
Um porta-voz da Liga disse à Reuters que o banco de dados da organização não possui todos os símbolos historicamente usados por nazistas, mas sim aqueles “comumente usados por extremistas modernos e supremacistas brancos nos Estados Unidos”. O porta-voz também disse que alguns antifascistas já foram vistos portando o triângulo vermelho, mas que não era um símbolo usado usualmente pelo grupo. As informações são da Folha de S. Paulo.