Em meio ao escândalo do caso Queiroz, o Planalto pode vir a ser abalado com mais uma bomba nos próximos dias. Isso porque, de acordo com a colunista Thaís Oyama, do Portal UOL, o celular do ex-secretário geral da Presidência, Gustavo Bebbiano, chegou ao Brasil. Bebianno morreu de infarto em março deste ano e o aparelho estava aos cuidados da irmã dele nos Estados Unidos.
Homem forte de Bolsonaro, o ex-aliado passou a ser fritado no governo e foi o primeiro ministro demitido no mandato do presidente. Antes de morrer, Bebianno revelou ter guardado um material, “inclusive fora do Brasil”, para ser usado caso algo lhe acontecesse. Segundo Thais Oyama, uma pessoa que teve acesso ao teor das conversas contidas no celular de Bebianno afirmou que a revelação desses diálogos seria “destruidora” para Bolsonaro.
Primeiro ministro demitido
Bebianno foi o primeiro ministro a deixar o governo do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido-RJ), em fevereiro de 2019. Sua demissão foi confirmada em meio a uma crise no governo que se originou com a suspeita de que o PSL, partido ao qual Bolsonaro e Bebianno eram filiados, teriam usado candidatura “laranja” nas eleições de 2018. O jornal ‘Folha de S.Paulo’ informou na época que, quando Bebianno presidia o PSL, o partido, repassou R$ 400 mil a uma candidata a deputada federal de Pernambuco.
Segundo o jornal, o repasse foi feito quatro dias antes das eleições, e ela recebeu 274 votos. Bebianno negou as irregularidades, afirmando que não foi o responsável por escolher as candidatas que receberam dinheiro do partido. Isso porque, segundo ele, a decisão coube aos diretórios locais. Após a reportagem da “Folha”, Bebianno negou em entrevista ao jornal “O Globo” que fosse o pivô de uma crise dentro do governo e acrescentou que, somente naquele dia, havia falado com o presidente por três vezes. Na ocasião, Bolsonaro ainda estava internado em razão de uma cirurgia.
Após a publicação da entrevista, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) usou uma rede social para dizer que Bebianno mentiu ao dizer que havia falado com o presidente. Carlos, e depois o próprio Bolsonaro, chegaram a divulgar um áudio no qual, segundo eles, o presidente diz a Bebianno que não podia falar com o então ministro.
Coordenador de campanha
Bebianno era considerado um dos homens de confiança de Bolsonaro. Ele foi um dos coordenadores da campanha eleitoral do presidente, costurou o acordo que levou Bolsonaro ao PSL e presidiu a legenda durante a corrida eleitoral de 2018. Após a eleição, Bebianno deixou o posto e foi escolhido para assumir a Secretaria-Geral da Presidência, um dos ministérios com gabinete no Palácio do Planalto. As informações são da Revista Fórum.