Com uma estratégia pioneira e exitosa, há 30 dias a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) passou a entregar medicamentos na casa de pacientes com doenças crônicas, o que evitou que 5 mil pacientes se deslocassem até as unidades estaduais e assim, reduzisse o risco de ser infectado pelo coronavírus (Covid-19) durante o trajeto.
Foi o que aconteceu com a família Prado Serrano, residente em Salvador. Lucas, filho gêmeo de 21 anos do casal, é portador de doença renal crônica há sete anos, e, para conseguir controlar a doença, faz uso diário do medicamento imunossupressor Tacrolimo. São seis comprimidos ao dia, três pela manhã e três à noite.
Desde o início da pandemia, Lucas ficou impedido de pegar a medicação na farmácia do Hospital Ana Nery, onde é cadastrado, por causa da sua condição e da alta exposição ao coronavírus. No mesmo período, toda a família – pai, mãe e irmã – foi infectada.
“Assim que suspeitamos da Covid-19, Lucas foi para casa de um parente. Mas eu fiquei aflita sem saber como ia buscar o medicamento de meu filho, já que eu estava isolada. Foi aí que recebi o telefonema da Sesab, me informando que os Correios trariam em casa”, conta a nutricionista Fernanda Serrano, mãe de Lucas.
A entrega tão esperada chegou no dia 18 de junho. “Os Correios trouxeram num dia e dois dias depois voltaram para pegar a receita e os documentos assinados, deixados na portaria. Tudo sem contato. Eu fiquei encantada com essa iniciativa, justamente num momento tão difícil em que a gente precisa se resguardar. Eu fiquei muito satisfeita e agradecida”, enfatiza Fernanda.
De acordo com o secretário da Saúde do Estado da Bahia, Fábio Vilas-Boas, “a iniciativa pioneira contempla pacientes cadastrados no Sistema Único de Saúde (SUS) portadores de transplantes, insuficiência renal crônica, asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), hipertensão pulmonar e lúpus, que sejam residentes na Região Metropolitana de Salvador”, afirma o secretário.
Projeto Pioneiro
Inicialmente, o projeto engloba os pacientes cadastrados na Farmácia Integrada de Medicamentos da Atenção Especializada (FIMAE), Hospital Geral Ernesto Simões Filho e Hospital Ana Nery. Em uma segunda etapa, serão incluídos os pacientes cadastrados no Hospital das Clínicas – HUPES.
Caso o paciente não receba o contato por telefone para agendamento da entrega, deverá comparecer normalmente à farmácia na qual está cadastrado e retirar seus medicamentos como de costume. Iraci Francisca, 47, portadora há cinco anos de lúpus, faz tratamento com Azatioprina, medicamento não comercializado em farmácias da rede privada. Recebeu, na semana passada, pelos Correios, 90 comprimidos, que são suficientes para um mês.
“Esse medicamento é essencial para manter a minha saúde renal, e esse programa é maravilhoso. Só em saber que eu não ficarei exposta, só em ficar livre desses problemas da pandemia e receber no conforto de minha casa, não tem preço”, avalia emocionada, Iraci Francisca.
Interior
Os pacientes crônicos cadastrados no SUS e residentes no interior da Bahia, não estão desassistidos. O Estado possui 28 bases em cidades estratégicas, que continuarão fazendo a dispensação de medicamentos para os municípios. As informações são de assessoria.