Em conjunto com os Centros Estaduais de Meteorologia do Nordeste, o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) divulgou um prognóstico de tendência climática para o Nordeste brasileiro, visando os meses de julho, agosto e setembro de 2020, construído durante uma reunião virtual. Este trimestre faz parte do final do período mais chuvoso em grande parte da faixa leste do Nordeste brasileiro (abrangendo as regiões da zona da mata e agreste desde o leste do estado do Rio Grande do Norte até o Recôncavo baiano), onde os valores médios históricos variam entre 300 mm e valores acima de 500 mm.
Coordenada pela Diretoria de Recursos Hídricos e Monitoramento Ambiental (Diram) do Inema, na reunião de análise das condições atmosféricas e oceânicas para o setor Leste do Nordeste do Brasil (NEB), técnicos dos centros de meteorologia de todos os estados do Nordeste, bem como do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC/ INPE) e do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), avaliaram que os modelos de previsão climática sazonal indicam a persistência da situação de neutralidade do fenômeno ENOS (El Niño -Oscilação Sul) na região equatorial do Oceano Pacífico no decorrer do trimestre, enquanto no Oceano Atlântico, junto à costa do NEB, a Temperatura da Superfície do Mar (TSM) deve permanecer acima da normalidade.
“Segundo analisado, no início deste período ainda podem ocorrer Distúrbios Ondulatórios de Leste (DOL), porém em menor frequência, mesmo com a previsão de águas oceânicas mais quentes que o normal adjacente à costa leste da Região Nordeste. No entanto, permanece a possibilidade de um escoamento em baixos níveis mais intenso, favorecendo a formação de nebulosidade estratiforme entre o Rio Grande do Norte e o leste da Bahia, nos meses subsequentes”, avalia a coordenadora de Estudos de Clima e Projeto Especiais (Cocep), do Inema, Greice Ximena Oliveira.
Os modelos de previsão climática sazonal de precipitação, bem como a análise das condições oceânicas e atmosféricas observadas em maio de 2020, indicam maior probabilidade de chuva dentro da normalidade no Rio Grande do Norte. Já para a faixa que vai do leste da Paraíba ao Recôncavo baiano, a previsão indica totais pluviométricos que podem variar de normal a acima da faixa normal climatológica. Ainda podem ocorrer episódios de chuvas extremas nos meses de julho e agosto, os quais compreendem o final do período mais chuvoso ao longo da costa leste da Região Nordeste. As demais áreas encontram-se dentro do período normal de estiagem.
Em relação às temperaturas, estas deverão ficar em torno da normal climatológica em toda a Região Nordeste ao longo destes três meses. Comportamento das chuvas no mês de junho – Ao longo do mês de junho, as chuvas se concentraram na faixa leste do NEB, além do noroeste do estado do Maranhão, distribuição espacial típica deste período. Quando comparado à climatologia, os volumes de precipitação ficaram acima da média em grande parte da zona da mata e agreste do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas, e em pontos isolados do sertão destes mesmos estados.
Por outro lado, no norte do Maranhão e em uma área entre o Sergipe e o Recôncavo baiano foram observadas anomalias negativas de precipitação. Já no restante da região Nordeste, que se encontra fora do seu período chuvoso, estes volumes ficaram próximos à normalidade. Participaram do projeto técnicos dos Centros Estaduais de Meteorologia do Nordeste (LABMET/NUGEO/UEMA/MA, SEMAR/PI, FUNCEME, EMPARN/RN, AESA/PB, APAC/PE, SEMARH/AL e SEDURBS/SE), do INMET e CPTEC/INPE, além de outros colaboradores regionais. As informações são de assessoria.