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#Brasil: Pesquisa da Fiocruz Pernambuco confirma transmissão sexual do zika vírus

Foi o primeiro estudo brasileiro a demonstrar a importância da via sexual na transmissão | FOTO: Divulgação |

Uma pesquisa realizada pela Fiocruz Pernambuco, em colaboração com a Universidade Estadual do Colorado (CSU) dos Estados Unidos, encontrou evidências científicas da importância da transmissão sexual do vírus na epidemia de zika em Pernambuco. O estudo mostrou que a transmissão sexual do zika em áreas endêmicas, associada à transmissão vetorial, pode ter sido um dos fatores responsáveis pela rápida disseminação do vírus nas Américas e em outras regiões afetadas pela pandemia em 2015/2016.

Foi o primeiro estudo brasileiro a demonstrar a importância da via sexual na transmissão do zika vírus. O estudo pernambucano aponta que essa contribuição é significativa. “A via sexual não parece ser unicamente responsável pelo contágio sustentado do zika, mas associada à transmissão pelo mosquito pode contribuir significativamente para a disseminação eficiente do vírus”, explica a pesquisadora Tereza Magalhães (CSU e Fiocruz PE), que coordenou o projeto, ao lado dos pesquisadores Ernesto Marques (Fiocruz PE e Universidade de Pittsburgh, EUA) e Brian Foy (CSU).

A pesquisa contou com financiamento do National Institutes of Health (NIH). Como a doença teve queda abrupta de casos depois de 2017, os pesquisadores convidaram os participantes de um levantamento anterior que haviam sido infectados por zika e/ou chikungunya. Além deles, foram convidados também seus parceiros sexuais e até mais dois moradores da mesma residência, formando uma coorte de 425 pessoas.

O objetivo foi comparar, por meio de sorologia, a exposição prévia dos participantes aos vírus zika e chikungunya. A hipótese era que a exposição ao zika seria maior entre os parceiros sexuais, já que esse vírus é transmitido por sexo e pela picada do mosquito. A comparação com o chikungunya foi importante pois ele é transmitido somente pela picada do Aedes aegypti.

Os resultados apontaram que, no caso do zika, o risco de ter sido exposto ao vírus foi significativamente maior (risco relativo de 3.9) para o parceiro sexual do que para o morador no mesmo espaço que não era parceiro sexual (risco relativo de 1.2). No caso do chikungunya, o risco se mostrou igual para todos os moradores (parceiros sexuais ou não; risco relativo de 2 a 2.5). As informações são da Revista Fórum.

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