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#Chapada: População denuncia prefeito de Mucugê por descaso com direitos básicos do ‘Tratamento Fora do Domicílio’

Mucugê voltou às aulas nesta segunda-feira | FOTO: Nilton Oliveira |

Depois que o prefeito Manoel Luz (PSD) foi derrotado nas urnas de Mucugê, na Chapada Diamantina, a população que precisa do ‘Tratamento Fora do Domicílio’ (TFD) reclama que ficou completamente desassistida. “O grande problema é que ele fechou a pousada que servia de apoio para as pessoas em tratamento na cidade de Salvador e demitiu os funcionários. As pessoas não conseguem ninguém para solicitar transporte ou algum serviço” disse Eliezer Junior, morador da região, em redes sociais. O prefeito de Mucugê foi procurado e nega as acusações.

O TFD é um tratamento que consiste no fornecimento de benefícios quando o paciente necessita de atendimento médico especializado em média e/ou alta complexidade em outros municípios e estados do país. Pessoas que precisam do TFD relatam suas preocupações e dificuldades. “Meu irmão é deficiente, tem paralisia motora, precisa trocar gesso de 15 em 15 dias, e terá que ir a Salvador para o tratamento nos dias 25 novembro, 3 e 8 de dezembro”, disse Viviane, moradora do Distrito do Guiné.

Uma Agente Comunitária de Saúde (ACS), que prefere não se identificar, está com o pai em tratamento na cidade de Salvador e teve que pagar hospedagem em pousada, localizada no Largo do Universitário, na Mercês, que antes atendia os pacientes do município gratuitamente. “Reclamei com o dono da estalagem, que deu razão ao prefeito dizendo se ele fosse pagar as hospedagens não quitaria as contas da prefeitura”, ressalta.

Já uma paciente que está em tratamento de leucemia, Iane Novais Barbosa, moradora do Espírito Santo, vai precisar ir a Salvador na próxima quarta-feira (25) para uma consulta pré-transplante junto com o irmão (que será o doador), e está preocupada com atual situação. “É uma irresponsabilidade fazer uma coisa dessas, eu não posso parar meu tratamento. Desta vez vou de carro com meu irmão para Salvador, só que depois terei outra viagem com meu irmão e minha cunhada para São Paulo, para outra consulta pré-transplante”, disse Iane.

A prefeita eleita Ana Medrado (DEM) disse lamentar o caso e vai acionar o Ministério Público para que os direitos básicos da população sejam resguardados. “Quando entreguei a prefeitura em 2016, deixei uma casa alugada paga até 31 de dezembro em Salvador, quem cancelou o contrato foi o novo prefeito, que preferiu fazer parceria com uma pousada. Deixei todas as ambulâncias com tanques cheios e um volume de gasolina comprada no posto para qualquer emergência” relembra a democrata.

O atual prefeito perdeu as eleições no dia 15 de novembro | FOTO: Reprodução/Facebook |

Outro lado
O prefeito Manoel Luz foi procurado pela reportagem e negou as acusações. Ele diz que as denúncias são infundadas, pois a pousada onde os pacientes são acolhidos em Salvador, continua aberta. Segundo o gestor, o que há de errado é o Sistema Único de Saúde (SUS) que não está fazendo a marcação, mas a recepcionista está disponível na Secretaria de Saúde, realizando os agendamentos normalmente. Manoel diz que é intriga oposicionista e chama de “irresponsável a atitude de alguns militantes da oposição”.

Na última segunda-feira (16), o prefeito teve uma reunião com todos os secretários dos município e “exigiu que nada fosse modificado e que os serviços essenciais continuassem funcionando normalmente [postos de saúde, saneamento básico]. “Não quero entregar como recebi a cidade, quero entregar com dignidade. Garanto que tudo está como sempre foi”. Manoel conclui dizendo que convida “o pessoal que está fazendo tratamento a expor a situação, na qual se confirma a realização de exames, tratamentos com o apoio da pousada em Salvador.

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