Onze médicos plantonistas do Hospital Regional da Chapada Diamantina, no município de Seabra, dos setores de emergência, UTI Covid-19 e UTI Geral, pressionam a administração da unidade, desde a última segunda-feira (23), comunicando que caso as pendências, como atraso dos salários desde agosto, não forem resolvidas até o dia 30 deste mês de novembro, os funcionários não farão parte do quadro de plantões no mês de dezembro.
Além dos atrasos dos salários, os médicos pedem “renovação do contrato com alterações que garantam o pagamento nas respectivas datas e direitos aos médicos”, solicitando reajuste nos valores diante justificativa de sobrecarga no trabalho, em escala de 24 horas na UTI do Hospital, com remuneração de R$2.400 brutos.
“Somos um grupo pequeno de médicos, quase todos sobrecarregados, trabalhando com carga horária acima do limite físico, com salários atrasados, e até agora ninguém apareceu para dar uma resposta de como será resolvido o problema: nem a Sesab, nem a empresa que administra o hospital e que neste momento está em meio a uma investigação de fraudes de licitações”, ressalta um dos plantonistas.
O médico se refere à operação ‘Metástase’ da Polícia Federal, que investiga a Secretaria Estadual de Saúde (Sesab) em caso de fraudes, bem como à Associação de Promoção da Maternidade e da Infância (APMI) de Castro Alves, organização social de saúde (OSS) responsável pela gestão do HRCD, Hospital Regional da Chapada Diamantina (veja aqui).
Outra médica reclama sobre descaso com os profissionais. “Como temos alguns médicos contaminados por coronavírus, e a equipe é pequena, temos que nos desdobrar para cobrir os plantões de quem está afastado por contrair o coronavírus. Plantões de 24 horas têm virado de 48, de 72 horas, e já chegamos ao absurdo de um colega que ficou cinco dias seguidos de plantão”, salienta a plantonista.
Além dos salários atrasados e reajuste de valores, os médicos ainda denunciam estrutura da uni de saúde. “Embora o hospital tenha sido inaugurado em dezembro de 2017, muitos aparelhos que vieram de outras unidades são antigos, como o raio-x, que às vezes dá problema, e o hemogasômetro, que é fundamental para pacientes que estão no ventilador, e está desde a semana passada sem funcionar”, ressalta um funcionário.
Segundo Informações do portal Bahia.Ba, o diretor clínico Adriano silva Pires, não respondeu sobre o caso, Fábio Vilas-Boas, secretário de saúde do Estado, passou para a assessoria de comunicação o assunto e, Francisco Macedo, diretor administrativo do hospital, foi sucinto em dizer que “não procedem” as denúncias e indicou assessora de imprensa que diz não trabalhar mais para APMI.
Havendo essa demissão coletiva no HRCD, o que preocupa são os onze municípios no entorno de Seabra, que dependem do sistema de saúde, SUS 24 horas para casos de urgência e emergência clínica, cirúrgica, obstétrica, pediátrica, traumato-ortopédica e psiquiátrica que são encontrados unicamente no HRCD.
A situação do HRCD é particularmente preocupante para os moradores, que têm na unidade o único hospital geral com atendimento. São 110 leitos na unidade, 10 para UTI Geral e, para o tratamento do novo coronavírus, ganhou seis leitos de UTI e uma enfermaria específica. Até o momento, a assessoria da Sesab, não se pronunciou sobre o assunto. Jornal da Chapada com informações do portal Bahia.Ba.