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#Chapada: Frente Parlamentar Ambientalista e moradores ampliam debates sobre os conflitos socioambientais que impactam Piatã

Empresas desmatam para implantação do agronegócio | FOTO: Reprodução/Facebook |

Uma reunião virtual promovida pela ‘Frente Parlamentar Ambientalista da Bahia’ aconteceu na última quarta-feira (9) e debateu sobre os conflitos socioambientais que vêm ocorrendo no município do Piatã, na Chapada Diamantina, em decorrência das ações do agronegócio e da mineração na região. Durante a sessão, os moradores das comunidades do Gerais e da Ressaca fizeram uma retrospectiva do histórico de compra de terras pela empresa Hayashi, que ocorre desde a década de 1980 e do conflito deflagrado em 2013 com essa empresa.

Os moradores expuseram suas preocupações em relação aos graves impactos ambientais e sociais que podem acontecer caso a empresa consiga instalar o projeto de agricultura irrigada, para o monocultivo de batatas, na região do Gerais. Ainda durante a reunião, foram apresentados todos os impactos que os moradores da Bocaina e Mocó vêm sofrendo com o funcionamento da mineração de ferro, pela empresa Brazil Iron, impactos que se intensificaram este ano, durante o período de pandemia (veja aqui).

Estiveram presentes no encontro as professoras Marjorie Cseko Nolasco, da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), Blandina Viana e Nadia Roque, do Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia (Ufba). As doutoras trouxeram explicações com dados científicos sobre a importância hídrica e da biodiversidade existente nesta região, que muitas delas são raras e ameaçadas de extinção, elencando os possíveis impactos ocasionados pela supressão de vegetação, uso de agrotóxicos e extinção de representantes da fauna e flora.

O promotor de justiça regional, Augusto Cesar de Matos, que também participou do encontro, pontuou sobre os avanços conquistados a partir da liminar da Justiça Federal da Bahia, em que o juiz declarou a ilegalidade dos decretos estaduais, que versam sobre a concessão de licenças ambientais e suspensão de todas as licenças ambientais que estão em curso. Ressaltou sobre a ação civil pública impetrada no último dia 4 de dezembro, que levou à suspensão judicial das autorizações de supressão de vegetação e de manejo de fauna concedidas pelo Instituto de Meio Ambiente e de Recursos Hídricos (Inema) para a fazenda Piabas, no município de Piatã (leia aqui e aqui).

A presidente do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio de Contas (CBHRC), Rita de Cassia Braga Silva e Silva fez a apresentação final, trazendo informações sobre o plano de bacia do Rio de Contas e confirmando a fragilidade do curso d’água do manancial, que ocorre como um filete entre o Gerais até o seu encontro com o rio da Água Suja, depois de Abaíra e sobre o descumprimento da política das águas.

O encontro também contou com a presença de aproximadamente 160 participantes, dentre eles Renato Cunha do Gambá e os deputados Marcelino Galo (PT), Jacó (PT), Hilton Coelho (Psol) e os assessores Tulio Florence e Bete Wagner, que prestaram o seu apoio às comunidades afetadas e propuseram algumas ações e encaminhamentos para colaborar no processo de enfrentamento aos impactos e ameaças causados pelo avanço do agronegócio e mineração na região. Jornal da Chapada com informações de assessoria.

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